“Mas Jesus, fixando o olhar neles, disse-lhes: ‘Que quer dizer então o que está escrito: ‘A pedra que os edificadores rejeitaram tornou-se a pedra angular?’. Todo o que cair sobre esta pedra ficará despedaçado; e sobre quem ela cair, este será esmagado!’.” (Lucas 20,17s)
Não é um pouco “áspero” nosso Senhor Jesus Cristo, a “pedra” rejeitada pelos “edificadores”, falar isso sobre Si mesmo? Ele quer que sejamos “despedaçados” ou “esmagados”, se o rejeitarmos?
Não, claro que Ele não quer isso. Mas Ele está falando sobre o que “nós” queremos; Ele está falando sobre “nossas” escolhas. E Ele nos fala a verdade sobre isso, através do grande amor e respeito que Ele tem por nós. Aqui Ele “fixa o olhar” em nós, Seus discípulos, e nos fala muito diretamente sobre a diferença entre, e as consequências de, nossas más e nossas boas escolhas, em todo esse projeto de “edificação” ao qual somos confiados, nossa vida. Ele não nos fala que somos todos “vencedores”, independentemente do que fazemos; nós não vamos “todos” ganhar algum tipo de “troféu de participação”. Isso é sem amor ou sem compaixão por parte d’Ele? Não. É dignificante e, portanto, capacitante, porque Ele está reconhecendo nossa responsabilidade, — literalmente, a nossa “respons-abilidade” ou “capacidade de responder” ao Seu chamado para a salvação, a totalidade em comunhão com o nosso Criador. Nós “podemos”, pelo contrário, escolher a fragmentação ou “despedaçamento” de existir fora d’Ele, como detritos flutuando em um mar de maldade. Mas esta escolha, de remover a “pedra angular” de nosso “edifício”, faz ele desmoronar. É uma escolha que tem consequências não só nesta vida, mas ainda mais na próxima, onde o “peso” completo de nossas escolhas ruins (e não das escolhas de Deus) será cada mais “esmagador”.
Graças Te dou, Senhor, por nos dignificar e capacitar com a verdade. … Assim como Tu nos dignificas com os Teus demais poderes, como o perdão. Hoje, “perdoa-nos as nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos devedores”, e conforme continuamos a percorrer nosso caminho, todavia imperfeitamente, escolhendo a Ti.
Versão brasileira: João Antunes
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