A PALAVRA EM NOSSO MUNDO “PÓS-VERDADE”

No princípio era o Verbo, e o Verbo estava junto de Deus e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio junto de Deus. Tudo foi feito por ele, e sem ele nada foi feito. Nele havia vida, e a vida era a luz dos homens. A luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram.” (João 1,1-5)

Em nosso tempo “pós-verdade”, quando certos sistemas que são construídos sobre a “palavra” falada parecem estar desmoronando, – como o jornalismo, a política e os casamentos duradouros, – o Cristianismo ainda proclama a centralidade e o poder eternos da Palavra. Por quê? Porque no Cristianismo, o poder e a validade da Palavra repousam não em qualquer ideia ou ideologia, mas na comunhão com uma Pessoa. E aquela Pessoa é a Verdade encarnada, nosso Senhor Jesus Cristo que traz luz e vida, “falada” pelo Pai “no princípio”.

Em Sua graça, não preciso hesitar em falar uma palavra verdadeira, nem desconfiar de seu poder, independentemente de minhas próprias fraquezas e deficiências. Eu preciso falar, pelo dom que Ele me dota desde que “tudo foi feito” e não ser silenciado pelo digitar de polegares incessantes. Eu posso, e, em Cristo, falarei uma palavra verdadeira, porque o silêncio é muitas vezes prejudicial para minhas relações, tanto com Deus quanto com meus entes queridos. Cristo me diz, como Ele disse para o surdo-mudo, “Efrata!” (que significa “Abre-te!”) (Marcos 7,34), porque n’Ele, nossa palavra é “a luz que resplandece nas trevas” de nossos silêncios amiúde prejudiciais. Mesmo se sou desafiado, corrigido ou rejeitado em minha palavra, n’Ele assumo a responsabilidade por isso, à luz de Sua humildade carregando a cruz.

Então que eu fale hoje, para Deus e para os que amo, porque Sua palavra prevalece sobre as trevas de nossos silêncios auto-isolados. Glória a Ele.

Versão brasileira: João Antunes

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