QUEM CONTRIBUI “MAIS DO QUE OS OUTROS”?

‘Guardai-vos dos escribas, que querem andar de roupas compridas e gostam das saudações nas praças públicas, das primeiras cadeiras nas sinagogas e dos primeiros lugares nos banquetes; que devoram as casas das viúvas, fingindo fazer longas orações. Eles receberão castigo mais rigoroso’. Levantando os olhos, viu Jesus os ricos que deitavam as suas ofertas no cofre do templo. Viu também uma viúva pobrezinha deitar duas pequeninas moedas, e disse: ‘Em verdade vos digo: esta pobre viúva pôs mais do que os outros. Pois todos aqueles lançaram nas ofertas de Deus o que lhes sobra; esta, porém, deu, da sua indigência, tudo o que lhe restava para o sustento’.” (Lucas 20,46-21,4)

Então, nosso “estar” em nossa comunidade eclesial pode ser uma coisa aos olhos das pessoas, e outra coisa aos olhos de Deus. Aqueles de nós que, como os escribas, “querem andar de roupas compridas”, e amavelmente receber “as primeiras cadeiras” em reuniões da igreja; e aqueles de nós que são ricos e, portanto, parecem doar “mais” ao “tesouro” da Igreja do que as pessoas mais pobres, não estão necessariamente oferecendo “mais”, no que diz respeito a Deus. Isso também vale para a quantidade de tempo e energia que somos capazes/estamos dispostos a gastar em ofícios litúrgicos e em atividades relacionadas à igreja. Eu poderia, por exemplo, cantar ou mesmo conduzir o coro da igreja, e/ou organizar o café depois da liturgia, e ser ativo na escola paroquial. Mas eu contribuo “mais” do que a mãe solteira que tem dois empregos, mas encontra tempo para ir até a igreja ocasionalmente, apenas para acender uma vela? Eu contribuo “mais” do que o homem de meia-idade que sofre de depressão severa, desde o seu divórcio, e ainda aparece na igreja de vez em quando, e senta-se na parte de trás?

Eu não sei. Porém Deus sabe, porque Ele vê nossos corações, e o que é preciso para alguns de nós nos oferecermos “de nossa indigência”. Então, se sou um desses realmente ativos membros “contribuintes” de uma paróquia, que eu me abstenha de avaliar o que os outros fazem, ou não fazem, na comunidade. Deus pode ver quem “põe mais do que os outros”, e essa pessoa pode passar despercebida pelo resto de nós.

Versão brasileira: João Antunes

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