“Quando o Senhor tiver terminado a sua obra no monte Sião e em Jerusalém, ele punirá a linguagem orgulhosa do rei da Assíria e seus olhares insolentes. Porque ele disse: ‘Foi pela força de minha mão que eu agi, e pela minha destreza, porque sou hábil…’. Por isso, o Senhor Deus dos exércitos fará enfraquecer seus robustos guerreiros, e debaixo de sua glória se acenderá um fogo como o de um incêndio. A luz de Israel se tornará um fogo e seu Santo, uma chama, para queimar e devorar as suas sarças e seus espinhos em um só dia. Naquele tempo, o restante de Israel e os remanescentes da casa de Jacó deixarão de apoiar-se naquele que os fere, mas se apoiarão com confiança no Senhor, o Santo de Israel.” (Isaías 10,12s.16s.20)
Nesta passagem do grande profeta Isaías, lida hoje no ofício quaresmal da Sexta Hora, “o Santo de Israel”, nosso Senhor Jesus Cristo, é chamado de “fogo”. Em “um só dia”, Ele queima e devora a “linguagem orgulhosa” e o “olhar insolente” do terreno rei da Assíria, em quem nós uma vez “nos apoiamos”. Naquele dia, em outras palavras, nos libertamos da escravidão do orgulho delirante que uma vez nos “feriu”, e nos é dado fazer a vontade do Santo de Israel, em verdade.
Que “aquele dia” seja para mim hoje, conforme eu foco novamente na faísca que me foi dada no Santo Batismo; a faísca do “Espírito Santo e fogo” (cf. Lucas 3,16). Me abro à graça de Deus em uma oração sincera nesta manhã de quarta-feira chuvosa, deixando Seu “fogo” devorar a realeza, em última instância, incapacitante e altiva da autossuficiência. E que Seu Espírito me guie a fazer a próxima coisa certa, de acordo com as minhas responsabilidades ante Ele hoje, em Sua fé e humildade. “Concede-me a graça de um espírito de castidade, de humildade, de paciência e de caridade, a mim, Teu servo” (Oração Quaresmal de Santo Efrém). Amém!
Versão brasileira: João Antunes
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