“Depois desses acontecimentos, a palavra do Senhor foi dirigida a Abrão, numa visão, nestes termos: ‘Nada temas, Abrão! Eu sou o teu protetor; tua recompensa será muito grande’. Abrão respondeu: ‘Senhor Javé, que me dareis vós? Eu irei sem filhos, e o herdeiro de minha casa é Eliezer de Damasco’. E ajuntou: ‘Vós não me destes posteridade, e é um escravo nascido em minha casa que será o meu herdeiro’. Então a palavra do Senhor foi-lhe dirigida nestes termos: ‘Não é ele que será o teu herdeiro, mas aquele que vai sair de tuas entranhas’.” (Gênesis 15,1-4)
Por que Abrão está tão preocupado por não ter “herdeiros”? Porque em seu tempo, a única esperança para “nova vida” depois da própria morte era através de sua “posteridade”. Antes da vinda de Cristo e Sua “Nova Aliança” conosco, na qual Ele nos dá partilhar em Sua morte e ressurreição, havia “somente” a procriação, ou “somente” o (re)nascimento biológico, que pelo menos abrandava um pouco a realidade da morte física, para além da qual não havia mais “vida” ou “propósito”, — até onde Abrão ou qualquer outro em seu tempo soubesse. Mas Deus oferece a Abrão, Seu amado servo, esperança, selando com Abrão Sua “antiga” aliança, na promessa de abundante “posteridade”.
Graças Te dou, Deus, por nos aliviar das preocupações de Abrão e por nos dar uma “nova” esperança, na Era da Igreja, em Sua “Nova Aliança”, independentemente de nossa “posteridade” ou da falta dela. Independentemente se nós não temos filhos, ou talvez tenhamos famílias separadas ou sem fé, que não incutem em nós um senso de eterno “propósito”, — em qualquer um desses casos, nosso “propósito” já não está posto em, ou limitado a, nosso papel como pais, mas dentro de nosso papel de recém- redimidos, ou melhor dizendo, do “poder de nos tornarmos filhos de Deus”. Como São João proclama no início de seu Evangelho: “Mas a todos aqueles que o receberam, aos que creem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus, os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas sim de Deus” (João 1,12s). Graças Te dou, Deus, nosso Pai, tanto por aqueles que têm filhos, quanto por aqueles de nós que não os temos, conforme foi nos dado agora o “poder” de sermos eternamente significativos, em Seu eterno “Logos”, nosso Senhor Jesus Cristo.
Versão brasileira: João Antunes
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