“Os discípulos foram e executaram a ordem de Jesus. Trouxeram a jumenta e o jumentinho, cobriram-nos com seus mantos e fizeram-no montar. Então, a multidão estendia os mantos pelo caminho, cortava ramos de árvores e espalhava-os pela estrada. E toda aquela multidão, que o precedia e que o seguia, clamava: ‘Hosana ao filho de Davi! Bendito seja aquele que vem em nome do Senhor! Hosana no mais alto dos céus!’” (Mateus 21,6-9)
Em cada Divina Liturgia, no meio da Oração Eucarística, proclamamos estas palavras da multidão em Jerusalém. Logo depois de entoarmos o “hino triunfal” dos poderes celestiais, “Santo, Santo, Santo…”, seguimos esse hino com o “Hosana… Bendito seja o que vem em nome do Senhor! (Ἅγιος, ἅγιος, ἅγιος,… Ὡσαννά… εὐλογημένος, ὁ ἐρχόμενος ἐν ὀνόματι Κυρίου. / Свят, свят, свят,… Осанна… благословен грядый во имя Господне.)
Por que cantamos estas palavras, proclamadas pela multidão em Jerusalém, no contexto da Liturgia Eucarística? Porque, assim como o Senhor “veio” para nossa “cidade” humana, Jerusalém, para Sua própria auto-oferta na Cruz, por nossa causa, assim Ele “vem”, em todas as Divinas Liturgia, para Se oferecer na comunhão eucarística conosco, em nossas “cidades” atuais (ou lugares onde vamos juntos em multidão). E nós, como Igreja, não deixamos de nos maravilhar com, e louvá-l’O por, Sua “vinda” ao nosso meio caótico e meramente humano, que é a nossa “cidade”. Porque Ele Se torna vulnerável às ambições meramente humanas e ao caos da nossa “cidade”, que O levou à Cruz, toda vez que Ele “vem” à comunhão eucarística conosco. Naturalmente, a vulnerabilidade divino-humana de Cristo supera e transfigura o caos da nossa “cidade”, todas as vezes, mas não deixamos de Lhe agradecer por essa vontade de “mostrar-Se” em meio ao nosso absurdo, na carne (em Seu Corpo e Sangue), como nem todos os pais de crianças “problemáticas” gostariam.
Graças Te dou, Senhor, por ser Aquele Que “vem”, uma e outra vez, em nossas vidas, incentivando-nos também a “mostrar-nos” uns para os outros, em meio ao caos de nossas “cidades”. Louvado sejas Tu, Senhor, Que “vens”, em nome de nosso amoroso Pai comum, para que também nós possamos “vir” ou simplesmente “mostrar-nos” uns para os outros!
Versão brasileira: João Antunes
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