NÃO SE AUTO-ISOLE

Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor. Todo ramo que não der fruto em mim, ele o cortará; e podará todo o que der fruto, para que produza mais fruto. Vós já estais puros pela palavra que vos tenho anunciado. Permanecei em mim e eu permanecerei em vós. O ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira. Assim também vós: não podeis tampouco dar fruto, se não permanecerdes em mim.” (João 15,1-4)

Sou recordado hoje, conforme muitos cristãos celebram a Sexta-Feira Santa, como Nosso Senhor nos encorajou a não nos “cortarmos” d’Ele, mesmo no processo de “poda” que somos submetidos em nosso sofrimento nesta vida, em uma de Suas últimas conversas conosco, antes de Se dirigir à Sua paixão. Porque Ele é uma “parte” de nós, assim como nós somos uma “parte d’” Ele, tanto na morte como na Nova Vida que Ele compartilhou conosco, como Um de nós, em Sua cruz e ressurreição.

À medida que Deus nos “poda” por meio do sofrimento que podemos suportar em nossas jornadas carregando a cruz, quando percorremos esta jornada em comunhão e conexão persistentes com Cristo, nos tornamos “ainda mais frutíferos”, na ressurreição da Nova Vida em nós. Esta Nova Vida vem a nós depois que abandonamos, ou entregamos, toda a esperança em nós mesmos, talvez até mesmo clamando de nossa cruz: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?” – como Cristo clamou conosco, quando Ele compartilhou nosso caminho de dor e entrega. Nossa entrega é um alívio da autoconfiança e auto-isolamento a que podemos nos apegar, antes de sermos “podados” ou testados. Aliviados da autoconfiança, tendemos a buscar mais, tanto a Deus quanto aos outros, quando percebemos que precisamos de ajuda, pois “o ramo não pode dar fruto por si mesmo”. E, em conexão com Deus e com os outros, nos unimos ao criativo fluxo de energias que vem da Unidade de nosso Criador. Portanto, que eu não me isole hoje, mesmo se — ou especialmente se — eu estiver com dor. Que eu reconheça o meu propósito, dado a mim pelo meu Senhor, para “dar frutos” e ser “ainda mais frutífero”, em conexão produtiva com Ele. “Lembra-Te de mim, Senhor, quando entrares no Teu reino!”

Versão brasileira: João Antunes

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