CRISTO, A PEDRA ANGULAR

Jesus acrescentou: ‘Nunca lestes nas Escrituras: A pedra rejeitada pelos construtores tornou-se a pedra angular; isto é obra do Senhor, e é admirável aos nossos olhos? Por isso, vos digo: será tirado de vós o Reino de Deus, e será dado a um povo que produzirá os frutos dele’.” (Mateus 21,42s)

Essa conversa de nosso Senhor com os príncipes dos sacerdotes e os anciãos, a respeito d’Ele haver se tornado a “pedra angular”, ocorre no Templo de Jerusalém, construído de pedras. Cristo indica que Ele é a “pedra” que eles, “os construtores” da vida religiosa ortodoxa da época, centrada no Templo construído de pedras, “rejeitaram”.

Onde, em que tipo de “construção”, Cristo se tornou uma “pedra angular”? Não é no Templo de Jerusalém, destruído em 70 d.C.. É em nós, que somos convidados a ser “templos” do Deus Vivo, na Nova Aliança, que não se concentra mais em quaisquer edifícios de pedra, mas em nossos corações. Por mais que amemos e valorizemos nossos edifícios eclesiais, e lamentemos sua destruição, — como fizeram os judeus em 70 d.C., e como também nós lamentamos a recente devastação da catedral de Notre-Dame em Paris, — sou recordado, pelo que foi dito na passagem acima citada, de que nossos edifícios de pedra são “símbolos”, embora poderosos, mas não são nem mais nem menos que o “projeto de construção” real que Cristo inaugurou em nossos corações, agora chamados a fazer o que nenhuma “pedra” sem vida pode fazer e isto é, “produzir os frutos” do reino de Deus. Como Jesus diz à mulher samaritana: “Mulher, acredita-me, vem a hora em que não adorareis o Pai, nem neste monte nem em Jerusalém… Mas vem a hora, e já chegou, em que os verdadeiros adoradores hão de adorar o Pai em espírito e verdade, e são esses adoradores que o Pai deseja. Deus é espírito, e os seus adoradores devem adorá-lo em espírito e verdade”(João 4,21.23s). Portanto, nossa “adoração” a Deus não é destruída quando os “símbolos”, na forma de edifícios de pedra, são. Nós somos, pelo contrário, como estou refletindo hoje, chamados a abraçar outra vez a invisível “pedra angular” de nossos corações, nosso Senhor Jesus Cristo, “em Espírito e verdade”, quando/se Seus símbolos de pedra visíveis são destruídos. “Isto é obra do Senhor, e é admirável aos nossos olhos”.

Versão brasileira: João Antunes

© 2019, Sr. Vassa Larin
www.coffeewithsistervassa.com