DEUS NÃO ESTÁ MORTO

No primeiro dia da semana, muito cedo, dirigiram-se ao sepulcro com os aromas que haviam preparado. Acharam a pedra removida longe da abertura do sepulcro. Entraram, mas não encontraram o corpo do Senhor Jesus. Não sabiam elas o que pensar, quando apareceram em frente delas dois personagens com vestes resplandecentes. Como estivessem amedrontadas e voltassem o rosto para o chão, disseram-lhes eles: ‘Por que buscais entre os mortos aquele que está vivo? 6.Não está aqui, mas ressuscitou’.” (Lucas 24,1-6a)

Quando Nietzsche intuiu que “Deus está morto” em nossa cultura moderna, ele quis dizer figurativamente, no sentido de que o Iluminismo havia “matado” a fé em Deus, dentro do nosso modo de pensar e perceber o mundo. Outros levaram a intuição de Nietzsche ainda mais adiante, ao dizer que Deus está “morto” no sentido de que Ele não existe ou nunca existiu.

Mas como um dos anjos “com vestes resplandecentes” disse às mulheres naquela manhã de domingo dois milênios atrás, e continua a nos dizer através de todas as gerações desde então, — Deus não está morto. Mas Ele “não está aqui”, onde muitos de nós estamos procurando por Ele erroneamente, “entre os mortos”. E é isso que estamos fazendo, quando nos falta a fé na ressurreição, ou mais especificamente, no Senhor ressurreto, mesmo que ainda sigamos nossa cultura “religiosa”. Nesse caso, até mesmo a nossa vida “religiosa” (ou seja, nosso ir à igreja e trabalhar na igreja, ou jejuar, ou cantar, ou angariar fundos, ou qualquer outra coisa) se assemelha a um triste exercício de (re-)ungir um cadáver “entre os mortos”.

Mas o anjo nos diz para levantarmos os olhos e encontrarmos o Senhor vivo entre nós, “os vivos”, n’Ele. Porque Cristo ressuscitou e, de fato, vive em nosso meio, capacitando-nos a ter “vida abundante” n’Ele (João 10,10), à medida que realizamos nosso trabalho “religioso” ou outro qualquer. Então, que façamos o que somos chamados a fazer, nas palavras do Cânon Pascal: “Lança o teu olhar, Oh! Sião, e olha ao teu redor: (Ρον κύκλῳ τοὺς ὀφθαλμούς σου Σιὼν καὶ ἴδε / Возведи окрест очи твои, Сионе, и виждь) Eis que se estenderam as tuas crianças, como luzes divinas do norte, sul, leste, do mar e do levante, abençoando em Ti Cristo, para sempre”(Cânon Pascal, Ode 8). Cristo ressuscitou, meus amigos! “Não hei de morrer; viverei para narrar as obras do Senhor” (Salmo 117/118,17).

Versão brasileira: João Antunes

© 2019, Sr. Vassa Larin
www.coffeewithsistervassa.com