“Em minha primeira narração, ó Teófilo, contei toda a sequência das ações e dos ensinamentos de Jesus, desde o princípio até o dia em que, depois de ter dado pelo Espírito Santo suas instruções aos apóstolos que escolhera, foi arrebatado (ao céu). E a eles se manifestou vivo depois de sua Paixão, com muitas provas, aparecendo-lhes durante quarenta dias e falando das coisas do Reino de Deus. E comendo com eles, ordenou-lhes que não se afastassem de Jerusalém, mas que esperassem aí o cumprimento da promessa de seu Pai, ‘que ouvistes’ – disse ele – ‘da minha boca; porque João batizou na água, mas vós sereis batizados no Espírito Santo daqui a poucos dias’. Assim reunidos, eles o interrogavam: ‘Senhor, é porventura agora que ides instaurar o reino de Israel?’. Respondeu-lhes ele: ‘Não vos pertence a vós saber os tempos nem os momentos que o Pai fixou em seu poder, mas descerá sobre vós o Espírito Santo e vos dará força; e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judeia e Samaria e até os confins do mundo’.” (Atos 1,1-8)
Uma vez mais, estamos em um momento de transição na contínua aventura que é o calendário litúrgico. Ao completarmos o período de quarenta dias entre a Páscoa e a Ascensão, celebramos a “Conclusão” da Páscoa hoje e nos preparamos para a “despedida” do Senhor amanhã, em Sua gloriosa Ascensão. Percebe-se certo sentimento de “perda” hoje, como acontece frequentemente nos momentos “transitórios” da vida: nos despedimos do “velho” (a bela época pascal) e nos voltamos para o “novo”, que agora é a “espera” pelo nosso Novo Consolador, o Espírito Santo.
Neste momento de transição, os próprios apóstolos ainda estavam confusos, quanto à que “nova” realidade Cristo estava guiando-os. “Senhor”, perguntam a Ele pouco antes da Ascensão, “é porventura agora que ides instaurar o reino de Israel?”. Eles ainda estão esperando algum tipo de reino terreno, enquanto que o Senhor tem “outros” planos, pois Ele não está inaugurando um reino, mas uma Igreja, que deve ser guiada por um Rei Celeste, o Espírito Santo.
Ao passarmos para o período final de “espera” pelo Pentecostes, que eu volte a focar e a reabrir meu coração aos “outros” planos que Deus tem para mim. Eles não dependem de quaisquer reinos ou reis terrenos, mas do poder e orientação do Espírito Santo e da nossa humilde abertura para com Ele. “Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova em mim um espírito reto!” (Salmo 50/51,12).
Versão brasileira: João Antunes
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