Dá o descanso (Μετὰ τῶν ἁγίων ἀνάπαυσον / Со святыми упокой), ó Cristo, entre os santos,
às almas dos teus servos e servas falecidos,
onde não há dor nem tristeza nem lamentação,
mas vida eterna na tua presença.
(Kondakion do Sábado Memorial, ou das Almas)
Hoje, porque é o sábado antes do Pentecostes, quando celebramos os mortos, estou refletindo sobre a morte. Acho que nos dói muito, quando nos deparamos com a morte, porque não a aceitamos. E não deveríamos. Deus também não a aceitou, e é por isso que Ele nos enviou Seu Filho Unigênito para vir e compartilhá-la conosco, e então pisá-la para nós, superando-a na “vida eterna” de Sua ressurreição.
Mas por que a morte ainda pode nos ferir e nos fere? Porque a nossa vida em Cristo, nossa jornada carregando a cruz, é um processo de “não aceitar” a morte ao longo da vida; de aprender a rejeitá-la em suas muitas formas, tanto físicas quanto espirituais, e aprender a abraçar a Nova Vida que Deus tem reservada para nós, que é tanto para ser física quanto espiritual, na ressurreição corporal. Esse processo de aprendizado é gradual e muitas vezes doloroso, por exemplo, quando experimentamos a morte daquele(s) que amamos. Mas quando nós celebramos nossos mortos, nós “exercitamos”, por assim dizer, nossa rejeição da morte de uma maneira positiva, à medida que “almejamos”, e oramos por, a ressurreição dos mortos, e a vida do mundo que há de vir. Então que eu rejeite a morte hoje, e abrace a fé em meu Senhor que pisoteou a morte, enquanto eu oro a Ele para dar “descanso” aos meus entes queridos falecidos, “onde não há dor nem tristeza nem lamentação, mas vida eterna”. Amén!
Versão brasileira: João Antunes
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