O REINO DOS CÉUS É ARREBATADO À FORÇA

Desde a época de João Batista até o presente, o Reino dos Céus é arrebatado à força e são os violentos que o conquistam.” (Mateus 11,12)

Tal foi a excitação gerada pela pregação de João Batista, que proclamava no deserto da Judeia que o Reino dos Céus está “próximo” (Mateus 3,2), que as pessoas de todas as esferas da vida estavam arrebatando-o “à força”. Ou seja, até mesmo as pessoas que foram transformadas em “forasteiros” para a “cidade” que era a religião de seus pais, cidade fortificada pelos porteiros que eram as “elites” religiosas como os fariseus e os escribas, forasteiros que estavam agora derrubando as muralhas feitas pelo homem. João estava pregando fora da zona de conforto das autoridades religiosas, no deserto, e fazendo buracos em suas presunções elitistas, dizendo coisas como: “Não digais dentro de vós: ‘Nós temos a Abraão por pai!’. Pois eu vos digo: Deus é poderoso para suscitar destas pedras filhos a Abraão” (Mateus 3,9). Porque ele estava aplainando o caminho para o chamado de Cristo à “todas as nações”, e não apenas a um povo ou grupo da elite. E essa voz de Deus, essa “voz clamando no deserto”, foi o que despertou o desejo há muito adormecido de salvação em tantas pessoas de “Jerusalém, de toda a Judeia e de toda a circunvizinhança do Jordão”, que se reuniram a João no deserto, para confessar seus pecados e serem batizadas.

Ainda hoje, tanto nos confrontamos quanto criamos obstáculos, às vezes involuntariamente, ao nosso profundo desejo humano por “salvação”, que é um “retorno à casa”, ou um retorno à integridade ou unidade com Deus. E as vozes meramente humanas em nossa “cidade” podem frequentemente abafar a voz de Deus distante, porém vigorosa, clamando a nós do “deserto”. Mas esta manhã que eu ouça e me volte, tanto ao chamado de Deus quanto para o meu desejo de “voltar para casa”. Esta manhã eu não apenas caminho, mas corro de volta para os braços do meu Deus amoroso, confesso meus pecados e que Ele me mergulhe em Sua graça. E faço isso com força, independentemente do que qualquer um, inclusive eu, pense sobre minha “indignidade”. Porque o Reino dos Céus é arrebatado à força e são os violentos que o conquistam.

Versão brasileira: João Antunes

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