LIDAR COM A TRISTEZA

De fato, a tristeza segundo Deus (ἡ κατὰ θεὸν λύπη) produz um arrependimento salutar de que ninguém se arrepende, enquanto a tristeza do mundo produz a morte. Vede, pois, que solicitude (σπουδήν) operou em vós a tristeza segundo Deus!” (2 Coríntios 7,10-11a)

Qualquer que seja a “tristeza” que eu possa estar sentindo hoje, por causa de alguma perda, rejeição ou desapontamento (seja para comigo ou para com os demais), ela pode me trazer crescimento ou morte. É uma espécie de “crise” (do grego “κρίσις”, que significa “decisão, julgamento, escolha”), que me bloqueia em meu caminho, ou pelo menos me atrasa, exigindo algum tipo de resolução ou alívio. Mas, posso escolher tornar minha tristeza “segundo Deus”, refocando em Deus (“mudando minha mente” ou meu foco em “metanoia”, arrependimento), deixando-O entrar em cena e tomando os instrumentos de cura da minha fé, como a oração, o perdão, a confissão e o serviço ao próximo. Ou posso abraçar uma tristeza “do mundo”, digamos, me jogando no sofá comendo sorvete e ouvindo Adele. Nada contra o sorvete ou a Adele, que Deus os abençoe, mas a longo prazo a opção de “se afundar no sofá” não é aquela que “produz um arrependimento salutar de que ninguém se arrepende”.

Hoje, que eu tente aceitar qualquer “tristeza” como um dom, ou um tapinha de Deus em meu ombro, que está me chamando para desacelerar e repensar as coisas, em uma “mudança de foco” vivificante. A tristeza pode me ajudar a crescer na fé e também na compaixão pelo próximo que também está carregando a cruz, se eu não perder o ponto e escolher o caminho da autopiedade, do autoisolamento e do ressentimento. “Senhor, a Ti clamo. Ouve-me!”. Digo a Deus hoje e coloco minhas tristezas em Suas mãos.

Versão brasileira: João Antunes

© 2019, Sr. Vassa Larin
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