“Vós, irmãos, fostes chamados à liberdade (ἐπ᾽ελευθερίᾳ). Não abuseis, porém, da liberdade como pretexto para prazeres carnais. Pelo contrário, fazei-vos servos uns dos outros pela caridade, porque toda a Lei se encerra num só preceito: ‘Amarás o teu próximo como a ti mesmo’. Mas, se vos mordeis e vos devorais, vede que não acabeis por vos destruirdes uns aos outros. Digo, pois: deixai-vos conduzir pelo Espírito, e não satisfareis os apetites da carne. Porque os desejos da carne se opõem aos do Espírito, e estes aos da carne; pois são contrários uns aos outros. É por isso que não fazeis o que quereríeis.” (Gálatas 5,13-17)
Esta passagem é sobre o cativeiro do egoísta “desejo”, que pode me privar da liberdade do doador “amor” cheio do Espírito.
O “Espírito”, isto é, o Espírito Santo, é o Deus do Amor, e também o Deus da Liberdade. Isso significa que Ele nos ama, então Ele nos alcança, em Seu amor. Mas Ele também é livre, porque não é Egoísta, mas sim Doador. Portanto, Ele não é “carente” de nós, da mesma forma que o “desejo” meramente humano e sem Espírito é carente de ser alimentado, como um consumista, por outros (por nós), porque é egoísta, e orientado para a satisfação do eu. Assim, o Espírito Santo ainda nos ama, mesmo quando não O amamos de volta, porque Ele é livre, por meio de e em Sua Doação.
O que eu tiro, desta revelação da abordagem de Deus em relação a nós, é o seguinte: preciso mudar as coisas, se estou “desejando”, em vez de “amando”. Preciso perguntar o que posso dar para, em vez do que o que posso receber de, qualquer pessoa que eu possa ter como objeto de meu “desejo”. Mas não posso fazer isso, na verdade, se estou profundamente envolvido em todo esse negócio de “desejo”, sem a graça do Espírito Santo. Então, que eu apele a Ele hoje, se eu estiver enredado nas frustrações e carências do “desejo”, e me reconecte com Deus e Seu amor Doador. Que eu entregue toda essa desordem a Deus hoje, e que Ele a absorva e transfigure, me libertando em Sua graça. Que eu “deixe Deus agir”, se é isso o que eu claramente preciso fazer. “Venha a nós o Teu reino”, digo-Lhe hoje, enquanto tomo um minuto para fazer alguma oração sincera, e “seja feita a Tua vontade, assim na terra como no céu”. Amém!
Versão brasileira: João Antunes
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