“Não vos enganeis: de Deus não se zomba. O que o homem semeia, isso mesmo colherá. Quem semeia na carne (εἰς τὴν σάρκα ἑαυτοῦ), da carne colherá a corrupção (φθοράν); quem semeia no Espírito, do Espírito colherá a vida eterna. Não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo colheremos, se não relaxarmos.” (Gálatas 6,7ss)
Aqui a palavra “carne” não se refere ao meu corpo. Ela se refere ao meu eu inferior carnal, em corpo, alma e mente. E por “inferior” estou me referindo ao eu isolado de seu significado e propósito “superior”, a comunhão com Deus. Esse “eu” é uma construção inteiramente subjetiva, na medida em que é construída sobre o nosso próprio “solo” infértil. Porque em nós mesmos, pelo egoísmo e autoconfiança, estamos bloqueados da Fonte da Luz e Vida, o Espírito Santo. Mas Ele, o Espírito Santo, é objetivo, como Outro mais poderoso do que nós, e, como tal, Ele é um solo cada vez mais confiável e fértil, em Quem e para Quem podemos “semear” de forma confiável nossos pequenos esforços em “fazer o bem”, seja para o nosso bem-estar físico, espiritual ou psicológico. N’Ele, não precisamos duvidar de que “a seu tempo”, deveremos ver nova vida e crescimento, do tipo “eterno”, “se não relaxarmos”. N’Ele, “semeamos” em Seu “estilo”, com Sua humildade, paciência, gratidão e sabedoria, deixando para Ele os resultados/frutos de nossos esforços.
Portanto, qualquer que seja o “bem” que eu esteja fazendo hoje, seja cozinhar uma refeição saudável para minha família ou para mim, ler um pouco das Escrituras, ou ir à academia fazer exercícios, ou sentar no meu cubículo em um trabalho chato para ganhar o meu pão de cada dia (ou da minha família), frequentar ou ministrar um curso, telefonar para um amigo solitário, responder a e-mails importantes ou qualquer outra coisa… que eu não me permita fazer nada disso isolado, mas em e com Deus. “Pai Nosso”, digo-Lhe hoje, enquanto abro meu coração à Sua graça: “Venha a nós o Teu reino”, e que ele seja meu solo fértil, neste novo dia. Amém!
Versão brasileira: João Antunes
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