“Chegada a manhã, Jesus estava na praia. Todavia, os discípulos não o reconheceram. Perguntou-lhes Jesus: ‘Amigos, não tendes acaso alguma coisa para comer?’. – ‘Não’, responderam-lhe. Disse-lhes ele: ‘Lançai a rede ao lado direito da barca e achareis’. Lançaram-na, e já não podiam arrastá-la por causa da grande quantidade de peixes. Então, aquele discípulo a quem Jesus amava, disse a Pedro: ‘É o Senhor!’. Quando Simão Pedro ouviu dizer que era o Senhor, cingiu-se com a túnica, porque estava nu (γυμνός), e lançou-se às águas…” (João 21,4-7)
Nesse ponto, Pedro estava “nu” em vários aspectos, porque sentia vergonha por haver negado o Senhor três vezes durante Sua paixão. E, no entanto, quando o Senhor ressuscitado aparece na praia e Pedro ouve que é o Senhor, o apóstolo decaído simplesmente veste algumas roupas e pula no mar para O saudar; a fim de corrigir as coisas.
Muita coisa mudou para a humanidade decaída desde que o Adão caído se escondeu do Senhor Deus no jardim, por causa de sua nudez. Quando Deus chamou Adão: “Onde estás?”, ele respondeu: “tive medo, porque estou nu; e ocultei-me” (Gênesis 3,10). O Pedro caído, por outro lado, sabe bem o que fazer. Ele sabe que pode “dar as caras”, isto é, mostrar-se com humildade diante de um Senhor Que aceita e cura os que caíram. E ali, na praia, em uma fogueira com peixe e pão, o Senhor ressuscitado convida Pedro, juntamente com os outros discípulos, para “vir e comer” com Ele (João 21,12) e, pouco depois, Cristo conversa com Pedro e permite que o apóstolo decaído reafirme seu amor por Seu Senhor.
Hoje sou recordado de que Pedro sabia bem o que fazer, antes e depois de sua “queda”; ou seja, que não preciso me esconder do meu Senhor, qualquer que seja a minha vergonha. Eu posso “dar as caras”, e encontrar reconciliação e cura à Sua mesa. “Não vim chamar à conversão os justos”, Ele me diz, “mas sim os pecadores” (Lucas 5,32).
Versão brasileira: João Antunes
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