“Aproximando-se o tempo em que Jesus devia ser arrebatado deste mundo, ele resolveu dirigir-se a Jerusalém. Enviou diante de si mensageiros que, tendo partido, entraram em uma povoação dos samaritanos para lhe arranjar pousada. Mas não o receberam, por ele dar mostras de que ia para Jerusalém. Vendo isso, Tiago e João disseram: ‘Senhor, queres que mandemos que desça fogo do céu e os consuma?’. Jesus voltou-se e repreendeu-os severamente. Foram então para outra povoação.” (Lucas 9,51-56)
Então, Tiago e João sugerem destruir uma povoação inteira com “fogo do céu”, apenas porque ela lhes negava pousada. Não é sem senso de humor que Cristo havia dado a esses dois irmãos o apelido de “Boanerges”, isto é, “Filhos do Trovão” (Marcos 3,17). Foi um apelido satírico dado no momento quando os dois filhos de Zebedeu ainda tinham alguns “soluços” graves em sua religiosidade, como os histriônicos descritos acima. Chamá-los de “Boanerges” seria como chamar um garoto que sabe tudo de “Einstein”.
Cristo, como qualquer mestre eficaz, não é destituído de sagacidade e de humor. E a Bíblia não é um livro desprovido desses elementos, mesmo mencionando que Deus ri (Salmo 58/59,9). Posso facilmente esquecer isso quando leio as Escrituras, porque é claro que os argumentos apresentados, usando humor, são muito sérios.
Mas hoje sou recordado de que certa dose de diversão em minha natureza é um dom dado por Deus. É por isso que as crianças brincam instintivamente; elas de fato aprendem e crescem através das brincadeiras, embora ainda não saibam quando é hora de parar. Como adultos, podemos ter o problema oposto: não percebermos quando é hora de relaxar.
Portanto, se estou levando a mim mesmo ou certas situações muito a sério, que eu abrace o dom de me encarar e de encarar ao mundo com senso de humor. Continuo aprendendo e crescendo ao lembrar-me quando é hora de relaxar.
Versão brasileira: João Antunes
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