JESUS CHOROU

Quando, porém, Maria [a irmã de Lázaro] chegou onde Jesus estava e o viu, lançou-se aos seus pés e disse-lhe: ‘Senhor, se tivesses estado aqui, meu irmão não teria morrido!’. Ao vê-la chorar (κλαίουσαν) assim, como também todos os judeus que a acompanhavam, Jesus ficou intensamente comovido em espírito. E, sob o impulso de profunda emoção, perguntou: ‘Onde o pusestes?’. Responderam-lhe: ‘Senhor, vinde ver.’ Jesus pôs-se a chorar (ἐδάκρυσεν). Observaram por isso os judeus: ‘Vede como ele o amava!’.” (João 11,32-36)

O Senhor sentiu tão profundamente a tristeza causada pela morte de Lázaro, que em Sua compaixão Ele “chorou” (ἐδάκρυσεν). É claro que Cristo sabia da ressurreição de Lázaro, por isso não foi a morte de Seu amigo, por si só, que levou o Deus-Homem às lágrimas. Foi a verdadeira dor dos entes queridos de Lázaro, a dor da separação física de Lázaro, pela qual Cristo teve tanta compaixão.

Observo, no entanto, que o Senhor não “chorou” (“klaio”, em grego), como as pessoas descritas aqui fizeram. Ele sincera, porém moderadamente, “chorou” (“dakryo”, um verbo mais leve em grego). Essa passagem me diz que, se alguém está sofrendo pela perda de um ente querido, é “perfeitamente” humano se entristecer. É mesmo necessário se entristecer — mas fazê-lo moderadamente, com fé, à luz e à esperança da ressurreição.

Como diz São João Crisóstomo: “Ele chorou por Lázaro. Assim também deverias chorar, mas moderadamente, com decência, com temor de Deus. Se choras assim, não o fazes como descrente da ressurreição, mas pelo não suportar da separação. Uma vez que mesmo a respeito daqueles que estão nos deixando, e partindo para terras estrangeiras, choramos, mas fazemos isso não com desespero” (Em João 62,4).

Versão brasileira: João Antunes

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