Hoje estou refletindo sobre a palavra, ou declaração, “Amén!” que ocorre com tanta frequência em nossos ofícios litúrgicos. No hebraico original, significa “verdade, certeza”. E no(s) uso(s) litúrgico(s), em várias tradições religiosas, do Oriente e do Ocidente, nas quais ele nunca está sozinho, mas é uma resposta a outras afirmações (por exemplo, “Bendito seja o reino do Pai e do Filho e do Espírito Santo…”), ele significa uma afirmação de qualquer verdade sobre Deus que o preceda, com o efeito de “É assim!” ou “Nós concordamos (ou Eu concordo)!” — ou, pelo menos, “Deixe estar!” — no sentido de que nós (ou eu) deixamos essa afirmação “estar”, tal como ela está; eu aceito, sem nenhum protesto de minha parte, mesmo que não a compreenda completamente. “Deixe estar”, é o que estou dizendo, — mesmo “nas minhas horas de escuridão”, como Paul McCartney canta [em “Let it be”].
Eu nunca pensei muito sobre o dizer (ou cantar) “Amén”, e nunca me foi ensinado muito sobre essa pequena palavra. Mas, à medida que amadureço, percebo que preciso aprender mais sobre os “comos” e os “porquês” de dizer “Amén!” às pequenas e grandes verdades de Deus sobre Si mesmo, reveladas a mim neste mundo imperfeito. Porque é um exercício de aceitação; na aceitação das verdades e bondades de Deus, como estão, no meu mundo imperfeito, e (talvez) não como eu imaginaria ou esperaria que fossem. Essas revelações de Sua verdade também são demonstradas a mim nas circunstâncias e nas pessoas da minha vida, que às vezes eu luto para aceitar, como são, e contra as quais posso me encontrar travando batalhas inúteis. Mas a tradição da Igreja de dizer “Amén!” às várias verdades vivificantes sobre Deus, no contexto de nosso mundo imperfeito, é um exercício que me ensina não apenas a aceitar Deus como Ele é, mas também a aceitar o mundo como ele é, e através do qual Deus Se revela em minha vida e circunstâncias particulares. “É um Aleluia frio e débil”, talvez, como Leonard Cohen canta [em Hallelujah], mas também é o meu caminho para a paz, em Cristo — essa capacidade de dizer “Amén!” ou “Assim seja!” para o que quer que Deus me envia hoje, em minha jornada carregando a cruz, mesmo quando não compreendo tudo. “Haverá uma resposta”, escolho acreditar hoje, e eu “deixo estar… deixo estar”, em minha vida como ela é/está aqui e agora.
Versão brasileira: João Antunes
© 2019, Sr. Vassa Larin
www.coffeewithsistervassa.com