DEUS VERDADEIRO DE DEUS VERDADEIRO

O Senhor é nosso Deus, ele fez brilhar sobre nós a sua luz.” (Salmo 117,27a)

Na festa da Natividade do Senhor que se aproxima celebramos uma de Suas “aparições” ou “epifanias” a nós, especificamente aquela que Ele faz em uma manjedoura em Belém. Nosso Senhor não é Alguém ausente, não. Uma e outra vez, Ele se revela a nós; Ele entra em nossas vidas, oferecendo-Se para o encontro e a comunhão com Ele.

É por isso que O chamamos “verdadeiro”, porque a palavra grega para “verdade”, “a-leth-ia”, composta do alfa-privativo (o prefixo “a-” usado para expressar negação ou ausência) mais o verbo “letho/lanthano” (que significa “invisível, oculto”), literalmente significa “não oculto” ou “não invisível”. O que significa o oposto do que é obscurecido, digamos, por várias distorções ou ilusões, assim como a falsidade e a desonestidade. Assim, no Credo, professamos nossa fé em Jesus Cristo como Deus “verdadeiro” de Deus “verdadeiro” (Θεὸν ἀληθινὸν ἐκ Θεοῦ ἀληθινοῦ), porque Ele é “não invisível”. Abraçar a Sua presença, abraçar a Verdade, em minha vida, implica afastar várias formas de ilusão, desonestidade e falsidade dentro e fora de mim, em Sua graça. E este processo gradual, de eliminar a falsidade abraçando a Cristo, traz-me paz e unidade com Deus, comigo mesmo e com o próximo. “Glória a Deus no mais alto dos céus e na terra paz aos homens, objetos da benevolência [divina]” (Lucas 2,14).

Versão brasileira: João Antunes

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