“No primeiro dia da semana, muito cedo, dirigiram-se ao sepulcro com os aromas que haviam preparado. Acharam a pedra removida longe da abertura do sepulcro. Entraram, mas não encontraram o corpo do Senhor Jesus. Não sabiam elas o que pensar, quando apareceram em frente delas dois personagens com vestes resplandecentes. Como estivessem amedrontadas e voltassem o rosto para o chão, disseram-lhes eles: ‘Por que buscais entre os mortos aquele que está vivo? Não está aqui, mas ressuscitou. Lembrai-vos de como ele vos disse, quando ainda estava na Galileia: O Filho do Homem deve ser entregue nas mãos dos pecadores e crucificado, mas ressuscitará ao terceiro dia’. Então, elas se lembraram das palavras de Jesus. Voltando do sepulcro, contaram tudo isso aos Onze e a todos os demais. Eram elas Maria Madalena, Joana e Maria, mãe de Tiago; as outras suas amigas relataram aos apóstolos a mesma coisa. Mas essas notícias pareciam-lhes como um delírio, e não lhes deram crédito.” (Lucas 24,1-11)
Quão solitárias essas mulheres devem ter se sentido naquela manhã ensolarada há dois milênios, depois que todas as suas autoridades religiosas aparentemente falharam ou as abandonaram: o sumo sacerdote judeu e os anciãos do Sinédrio conspiraram para que seu amado Mestre fosse executado; os apóstolos haviam se dispersado e O abandonado em Suas horas finais; e Ele mesmo havia dado Seu último suspiro e morrido em uma cruz. Elas viram tudo isso acontecer.
Mas, ao que parece, Cristo não é o tipo de Sumo Sacerdote ou “autoridade religiosa” Que falha ou nos abandona, nunca. Porque, como escreve o autor de Hebreus, Cristo “foi constituído não por prescrição de uma Lei humana, mas pela sua imortalidade [literalmente, pelo poder de uma vida que não tem fim]” (Hebreus 7,16). No Deus-Homem, é-nos dada uma nova base de sacerdócio, e mesmo “uma transferência (μετάθεσις, uma mudança) de sacerdócio” (Hebreus 7,12), agora baseada n’Ele, a Fonte indestrutível da Vida.
Portanto, que eu “me lembre de como ele nos disse”, e continua a nos dizer, em Sua indestrutível palavra e presença entre nós, se eu perdi isso de vista nesta manhã ensolarada. Que eu não busque a Vida “entre os mortos”, nas palavras ou vozes humanas (na blogosfera ou na minha própria cabeça), nem me queixe, como o paralítico de Betesda, que “não tenho ninguém” (João 5,7), quando Ele me olha bem no rosto. Hoje que eu esteja próximo de Sua palavra e d’Ele, em oração sincera, “pois sabemos que Cristo, tendo ressurgido dos mortos, já não morre” (Romanos 6, 9). Glória a Ele.
Versão brasileira: João Antunes
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