“Prepara-te, Ó Belém, pois o Éden foi aberto a todos! / Adorna-te, Ó Efrata, pois a árvore da vida floresce da Virgem na gruta! / Seu ventre é um paraíso espiritual plantado com o Fruto Divino: / se comermos dele, viveremos para sempre e não morreremos como Adão. / Cristo está chegando/nascendo (γεννᾶται) para restaurar (ἀναστήσων) a imagem/ícone (εἰκόνα) que Ele fez no início!” (Tropário da Pré-Festa da Natividade)
Enquanto nós que seguimos o Calendário Juliano Tradicional celebramos hoje a véspera de Natal (e nossos amigos que seguem o Calendário Juliano Revisado celebram a Teofania), estou refletindo: Cristo vem ao nosso mundo para mudar as coisas; para transfigurar para vida a anterior morte. Ele vem e cria em nós um novo “paraíso espiritual”, dando-nos um novo tipo de produtividade, por Sua graça, em que Sua palavra “floresce” de nós de formas sempre novas. Como Ele promete a todo aquele que crê n’Ele, “a água que eu lhe der virá a ser nele fonte de água, que jorrará até a vida eterna” (João 4,14).
No hino acima citado, a Igreja chama cada um de nós a identificar-se com “Belém”, que significa “Casa do Pão” em hebraico (e, curiosamente, “Casa da Carne” em árabe), preparando nossa própria “casa”, por mais indecorosa que esteja, para receber o Pão da Vida, agora “aberto a todos”. Isto não significa acumular “o espírito do Natal” (ou o “espírito da Teofania”, embora isso não seja realmente “uma coisa”, tanto quanto sei), pelos meus próprios esforços, relacionados com o Natal, mas sim abrir o meu coração a Cristo, num pouco mais de quietude, gratidão e humildade perante o Mistério da festa que se aproxima. “Cristo está vindo para restaurar a imagem que Ele fez no início“.
Versão brasileira: João Antunes
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