“Chegando perto de Betfagé e de Betânia, junto do monte chamado das Oliveiras, Jesus enviou dois dos seus discípulos e disse-lhes: ‘Ide a essa aldeia que está defronte de vós. Entrando nela, achareis um jumentinho atado, em que nunca montou pessoa alguma; desprendei-o e trazei-mo. Se alguém vos perguntar por que o soltais, respondereis assim: O Senhor precisa dele’. Partiram os dois discípulos e acharam tudo como Jesus tinha dito. Quando desprendiam o jumentinho, perguntaram-lhes seus donos: ‘Por que fazeis isto?’. Eles responderam: ‘O Senhor precisa dele’. E trouxeram a Jesus o jumentinho, sobre o qual deitaram seus mantos e fizeram Jesus montar.” (Lucas 19,29-35)
Vemos estes seguidores anônimos do Senhor nas narrativas evangélicas, como os donos deste jumentinho, que estão prontos para deixar para lá, simplesmente porque tomam conhecimento de que “o Senhor precisa”. Três capítulos adiante, neste mesmo Evangelho, outro benfeitor desconhecido providencia uma “sala” para o Senhor, na qual Ele pediu para “comer a Páscoa” com os Seus discípulos, quando Pedro e João aparecem na casa deste homem com aquele pedido (Lucas 22,7-13).
Não sei nada sobre estas pessoas, nem mesmo seus nomes. Elas não deram nenhuma contribuição famosa para propagar a “palavra”, como fizeram os apóstolos, nem para a teologia cristã, como fizeram os grandes Padres da Igreja (muitos dos quais são celebrados nesta época Pré-Quaresmal). No entanto, sua pequena doação material (de um jumentinho e de uma sala) desempenhou um papel vital na História da Salvação. Graças Te dou, Senhor, tanto pelos heróis conhecidos quanto pelos desconhecidos de nossa Tradição, que serviram, e continuam a servir, a Ti e a nós, para Tua maior glória em nosso mundo. Não hesito em servir-Te também das “pequenas” maneiras, pelas quais não sou reconhecido pelo nome, para Tua maior glória e para o nosso benefício comum em nosso mundo.
Versão brasileira: João Antunes
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