“Abre-me as portas do arrependimento, ó Doador da Vida; / Pela manhã, meu espírito se prostra ao chão de Teu templo sagrado, / O templo acolhe o meu corpo maculado. / E muito generosamente me limpas em Tua incomensurável misericórdia.” (Hino Quaresmal Bizantino, Matinas Dominicais)
O Senhor já nos fechou alguma de Suas “portas”? Não. De fato, nestas semanas que antecedem a Quaresma, somos repetidamente recordados de como Ele troca “visitas em casa” mesmo com os “piores” de nós, sempre que nos abrimos a Ele, em arrependimento. Há dois fins de semana, ouvimos falar de Zaqueu, um cobrador de impostos que subiu numa árvore para vislumbrar Cristo, de longe, — e o Senhor recompensou os seus humildes esforços visitando sua casa. No fim de semana passado, celebramos outro cobrador de impostos, um pouco mais corajoso que Zaqueu, que “subiu” não numa árvore, para ver o Senhor de longe, mas para a própria casa do Senhor, “ao templo”, para orar (Lucas 18,10). E também ele foi recompensado com uma “visita em casa”, pela graça de Deus: Pela forma humilde e sincera como rezava, foi recompensado com “voltar para casa”, não de mãos vazias, mas com a grande bênção de ser “justificado” (Lucas 18,14). E neste último fim de semana, celebramos o retorno do Filho Pródigo à casa de seu Pai, cujas portas nunca lhe haviam sido fechadas.
O hino quaresmal acima citado, que vamos cantar todos os fins de semana até o final da Quaresma, capta nossa atitude, como Igreja, para com esta “política de portas abertas” que temos com nosso Senhor. Precisamos de Sua ajuda, para prosseguir. Porque, embora saibamos que Suas portas estão sempre abertas, as nossas tendem a ficar emperradas no esquecimento ou na negligência, e ocasionalmente precisam de um pouco de óleo em suas dobradiças. Por isso pedimos o Seu “óleo”, pela Sua graça, para nos ajudar a nos abrir novamente para a Sua comunhão transfigurativa, com a qual Ele nos desafia uma e outra vez. “Abre-me as portas do arrependimento, ó Doador da Vida”, porque eu estou pronto, Senhor. Estou pronto para o arrependimento, e para a bela Temporada de Mudança Positiva, que é a Quaresma!
Versão brasileira: João Antunes
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