DEIXAR DE LADO, ANTES DA QUARESMA

Isso é tanto mais importante porque sabeis em que tempo vivemos. Já é hora de despertardes do sono. A salvação está mais perto do que quando abraçamos a fé. A noite vai adiantada, e o dia vem chegando. Despojemo-nos das obras das trevas e vistamo-nos das armas da luz. Comportemo-nos honestamente, como em pleno dia: nada de orgias, nada de bebedeira; nada de desonestidades nem dissoluções; nada de contendas, nada de ciúmes. Ao contrário, revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e não façais caso da carne nem lhe satisfaçais aos apetites. Acolhei aquele que é fraco na fé, com bondade, sem discutir as suas opiniões. Um crê poder comer de tudo; outro, que é fraco, só come legumes. Quem come de tudo não despreze aquele que não come. Quem não come não julgue aquele que come, porque Deus o acolhe do mesmo modo. Quem és tu, para julgares o servo de outros? Que esteja firme, ou caia, isto é lá com o seu senhor. Mas ele estará firme, porque poderoso é Deus para o sustentar.” (Romanos 13,11-14,4)

Esta passagem, lida hoje nas nossas igrejas no Domingo anterior à Quaresma (Domingo do Perdão), oferece-nos dois pontos principais a contemplar e interiorizar, ao entrarmos na Quaresma: 1. Despertar e abraçar a luz; e 2. Deixarmos de julgar o próximo.

Que eu deixe de lado, neste Domingo do Perdão, quaisquer trevas e qualquer julgamento a respeito do próximo. E que eu foque novamente na luz da misericórdia de Deus, derramada abundantemente sobre todos nós na graça deste tempo de Quaresma. Que eu faça as coisas simples, deixando de lado o meu complicado e humano julgamento dos outros, e todas as minhas racionalizações, pedindo perdão até para as pessoas “difíceis” da minha vida neste Domingo do Perdão, enquanto foco novamente em Deus e em Sua maneira simples de julgar, que é misericórdia. “Quem és tu, para julgares o servo de outros?”, pergunta-me hoje o apóstolo. Na verdade, eu preciso apenas deixar de lado todo este negócio de julgamento, e deixar isso para Deus, assim sem mais nem menos. “Perdoai-nos as nossas dívidas”, Senhor, assim mesmo, “como nós perdoamos aos nossos devedores”, para que possamos avançar na próxima jornada quaresmal. Todos nós “seremos sustentados” por Ti, enquanto caminhamos para a Pascha, o melhor que pudermos.

Versão brasileira: João Antunes

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