“Deus disse: ‘Façam-se luzeiros no firmamento do céu para separar o dia da noite. Que sirvam eles de sinais e marquem o tempo, os dias e os anos, e resplandeçam no firmamento do céu para iluminar a terra’. E assim se fez. Deus fez os dois grandes luzeiros: o maior para presidir o dia e o menor para presidir a noite; e fez também as estrelas. Deus colocou-os no firmamento do céu para que iluminassem a terra, presidissem o dia e a noite, e separassem a luz das trevas. E Deus viu que isso era bom.” (Gênesis 1,14-18)
Nos dias de semana durante a Quaresma, temos diariamente três leituras das Escrituras, não do Novo Testamento, mas uma de cada um dos três tipos de livros do Antigo Testamento. Nas Vésperas, há uma leitura dos livros “históricos”, ou seja, Gênesis, e outra dos livros de “Sabedoria”, nomeadamente, Provérbios. E a terceira leitura, feita no ofício da Sexta Hora, é dos Profetas, geralmente de Isaías. Assim, estamos “exilados” de volta à realidade do Antigo Testamento, antes do tempo do cumprimento, da vinda de Cristo, para que possamos redescobrir os inícios da relação ou comunhão de Deus conosco. A citação acima faz parte da leitura do Gênesis para hoje, que me leva de volta à criação inicial de Deus, quando Ele decidiu compartilhar o Seu “ser” com os outros, deixando-nos e ao resto da criação também “ser”. E ele viu que isso era “bom”.
Graças Te dou, Deus, pela “boa” mutabilidade deste mundo, da noite para o dia, de estação para estação, e de ano para ano. Não é monótono, mas sim convidativo, começarmos sempre de novo. Esta manhã, ao observar a noite mudando para o dia lá fora da minha janela, numa manhã de madrugada em Viena, com gratidão, eu permito a Ti “ser” no meu coração, pedindo-Te orientação e ajuda neste segundo dia da Quaresma. “Senhor e Mestre de minha vida, afasta de mim o espírito de preguiça, de abatimento, de domínio, de loquacidade.” Amén!
Versão brasileira: João Antunes
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