“Como são amáveis as vossas moradas, Senhor dos exércitos! Minha alma desfalecida se consome suspirando pelos átrios do Senhor. Meu coração e minha carne exultam pelo Deus vivo. Até o pássaro encontra um abrigo, e a andorinha faz um ninho para pôr seus filhos. Ah, vossos altares, Senhor dos exércitos, meu rei e meu Deus! Felizes os que habitam em vossa casa, Senhor: aí eles vos louvam para sempre.” (Salmo 83,2-5)
O Salmo 83 é o primeiro dos três salmos cantados no ofício de conclusão do ciclo diário, a Nona Hora. Geralmente é entoado nos mosteiros ao final do dia de trabalho, ao início da noite e mesmo antes das Vésperas, a qual inicia o ciclo litúrgico do dia seguinte (porque o “dia” litúrgico se inicia na noite anterior). Como se pode ver na passagem acima citada, o Salmo 83 pode ajudar-nos, ao final de um dia de trabalho, a “voltar para casa”, para as “moradas” e os “átrios” do Senhor dos Exércitos.
Também isto é verdade para aqueles de nós que não “voltam para casa”, a uma igreja todas as noites, — nem mesmo semanalmente, agora que nossas igrejas estão fechadas por causa do Coronavírus. As palavras do Salmo 83 podem ser úteis para mim conforme o meu dia de trabalho chega ao fim em meio a uma Viena agora muito tranquila, para recuperar meu sentimento de pertencer à “casa” do Senhor, e “habitar” nela, em Sua presença em meu coração. Hoje, nesta terceira terça-feira da Quaresma, que eu leve comigo um ou dois versículos deste Salmo, como, por exemplo, “minha alma desfalecida se consome suspirando pelos átrios do Senhor”, para que eu possa usá-lo, não obstante, para “voltar para casa” do meu Rei e meu Deus ao final do meu dia: “Como são amáveis as vossas moradas, Senhor dos exércitos! Minha alma desfalecida se consome suspirando pelos átrios do Senhor. Meu coração e minha carne exultam pelo Deus vivo”.
Versão brasileira: João Antunes
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