“Naquele tempo, o rebento de Jessé, posto como estandarte para os povos, será procurado pelas nações e gloriosa será a sua morada (ἡ ἀνάπαυσις αὐτοῦ τιμή). Naquele tempo, o Senhor levantará de novo a mão para resgatar o resto de seu povo, os sobreviventes da Assíria e do Egito de Patros, da Etiópia, de Elam, de Senaar, de Emat e das ilhas do mar. Levantará o seu estandarte (σημεῖον) entre as nações, reunirá os exilados de Israel, e recolherá os dispersos de Judá dos quatro cantos da terra.” (Isaías 11,10ss)
Conforme esta terceira semana da Quaresma nos conduz ao Domingo da Cruz que se aproxima, a leitura de hoje do profeta Isaías aponta-nos para esse mistério inspirador, o “estandarte” (sinal) unificador da cruz de Cristo. Isaías fala de nosso Senhor Jesus Cristo, descendente de Jessé (o pai do rei Davi), que devia reunir-nos a todos num novo sábado ou num novo “descanso” (ἀνάπαυσις) dos nossos medos e preocupações meramente humanos, — não só aos sábados, mas todos os dias — por meio do caminho “honroso” da cruz. “Tomai meu jugo sobre vós e recebei minha doutrina”, convida-nos Jesus, “porque eu sou manso e humilde de coração e achareis o repouso (ἀνάπαυσιν) para as vossas almas” (Mateus 11,29).
Que eu escolha ter fé em vez de medo hoje, e enfrente as minhas responsabilidades e desafios, em vez de evitá-los, no Espírito dignificante e vivificante da cruz. Que eu me uma, na unicidade de Deus, aos outros que também estão carregando a cruz, mesmo quando muitos de nós estamos fisicamente isolados uns dos outros, pelo bem uns dos outros, para ajudar a retardar a propagação do Coronavírus. Abraçando o Espírito de mansidão e humildade enquanto me aproximo desta quinta-feira, rezo do meu coração: “Socorra-nos, salva-nos, tem piedade de nós, e conserva-nos, ó Deus, pela Tua graça.”
Versão brasileira: João Antunes
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