VAMOS TAMBÉM NÓS!

Depois dessas palavras, ele acrescentou: ‘Lázaro, nosso amigo, dorme, mas vou despertá-lo’. Disseram-lhe os seus discípulos: ‘Senhor, se ele dorme, há de sarar’. Jesus, entretanto, falara da sua morte, mas eles pensavam que falasse do sono como tal. Então, Jesus lhes declarou abertamente: ‘Lázaro morreu. Alegro-me por vossa causa, por não ter estado lá, para que creiais. Mas vamos a ele’. A isso Tomé, chamado Dídimo, disse aos seus condiscípulos: ‘Vamos também nós, para morrermos com ele’.” (João 11,11-16)

O diálogo acima citado ocorre “hoje” (no tempo litúrgico), e dois dias depois de Jesus ter sido informado de que Seu amigo, Lázaro, havia adoecido em Betânia. Assim, “hoje” Lázaro morre, e daqui a quatro dias, no sábado, o Senhor o ressuscitará dentre os mortos. Enquanto seguimos em oração estes acontecimentos, levando à ressurreição de Lázaro, um dos hinos do nosso Triodion Quaresmal proclama (ou, mais especificamente, nos convida a proclamar): “Hoje Lázaro morreu; Betânia lamenta por ele. Mas, Salvador, Tu o ressuscitarás dentre os mortos, dando em Teu amigo a certeza de Tua incrível ressurreição, da morte do inferno e da vida de Adão! Glória a Ti.” (Hino das Vésperas, Quarta-feira da Semana de Ramos).

Que eu me acerque desses eventos, deixando-me atrair por eles e a participar deles, mesmo de dentro das quatro paredes do meu quarto. Como nosso Senhor decide, “hoje”, voltar para a agora muito perigosa Judeia, onde Seus inimigos estão planejando Sua morte, que eu ouça Tomé dizer para o resto de nós: “Vamos também nós, para morrermos com ele”. De fato, que eu “também” vá e siga a Cristo, à Sua cruz, para que eu possa morrer “com Ele” para a minha velha vida e ser ressuscitado para uma nova vida, em Sua ressurreição que se aproxima. Tomo esta decisão já hoje, quando a Quaresma chega ao fim, e fazemos a transição para a Grande e Santa Semana da grande e santa “transição” ou “pascha” do Senhor — da vida para a morte, e depois da morte de volta à vida, em Sua gloriosa ressurreição. Senhor, dai-me paciência e sabedoria, para que eu acompanhe a Vós e ao Vosso caminho neste tempo pascal único, não com medo ou ressentimento, mas como um cordeiro que é conduzido. “Glória a Ti”.

Versão brasileira: João Antunes

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