“Logo que Judas saiu, Jesus disse: ‘Agora é glorificado o Filho do Homem, e Deus é glorificado nele. Se Deus foi glorificado nele, também Deus o glorificará em si mesmo, e o glorificará em breve. Filhinhos meus, por um pouco apenas ainda estou convosco. Vós me haveis de procurar, mas, como disse aos judeus, também vos digo agora a vós: para onde eu vou, vós não podeis ir. Dou-vos um novo mandamento: Amai-vos uns aos outros. Como eu vos tenho amado, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros. Nisso todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros’.” (João 13,31-35)
Há tanto para contemplar, nesta Grande Quinta-feira Santa, o dia da Ceia Mística do Senhor, na qual Ele estabelece conosco uma “nova aliança” (Marcos 14,24), e também prediz a negação de Pedro a Ele (João 13,38); na qual Ele lava os pés dos Seus discípulos, ordenando-lhes que façam o mesmo uns pelos outros (João 13), no entanto, “surge entre eles uma discussão: qual deles seria o maior” (Lucas 22,24). É também na quinta-feira à noite que Nosso Senhor reza ao Pai para que “este cálice” lhe seja tirado, enquanto Seus discípulos não conseguem ficar acordados para rezar com Ele (Lucas 22,45s); e que Ele é preso pelas autoridades religiosas do Seu povo, tendo sido traiçoeiramente beijado por um dos Seus, Judas (Mateus 26,49).
Enquanto o Nosso Único Senhor caminha para a Sua paixão nesta quinta-feira, plenamente consciente de nossa fraqueza humana, de nossa traição, de nossa inveja e de nossa rejeição mortal, que O rodeia neste dia, Ele não desiste de nós. Neste dia negro, Ele não só institui conosco “uma nova aliança” em Seu sangue (Lucas 22,20); mas Ele também nos dá “um novo mandamento”: que nos amemos uns aos outros. Porque Ele vê em nós “novo” potencial, em comunhão com Ele, e na “nova” vida que Ele está prestes a trazer-nos, em Sua ressurreição que se aproxima. Ele acredita que podemos viver, e amar, no “novo” Caminho que Ele é. Graças Te dou, Senhor, por Te ofereceres a nós, e por acreditares sempre em nós — mesmo neste dia, em que não acreditamos em Ti. Mas neste ano que “amemo-nos uns aos outros, para que confessemos em unidade de espírito: o Pai, o Filho e o Espírito Santo; Trindade consubstancial e indivisível”.
Versão brasileira: João Antunes
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