“Em minha primeira narração, ó Teófilo, contei toda a sequência das ações e dos ensinamentos de Jesus, desde o princípio até o dia em que, depois de ter dado pelo Espírito Santo suas instruções aos apóstolos que escolhera, foi arrebatado (ao céu). E a eles se manifestou vivo depois de sua Paixão, com muitas provas, aparecendo-lhes durante quarenta dias e falando das coisas do Reino de Deus. E comendo com eles, ordenou-lhes que não se afastassem de Jerusalém, mas que esperassem aí o cumprimento da promessa de seu Pai, ‘que ouvistes’ – disse ele – ‘da minha boca; porque João batizou na água, mas vós sereis batizados no Espírito Santo daqui a poucos dias’.” (Atos dos Apóstolos 1,1-5)
Agora que passou o Domingo de Páscoa e a Semana Luminosa, temos tendência a voltar aos “negócios de costume”, como se tivéssemos atingido uma espécie de cume de montanha espiritual, sem outro lugar para onde ir senão para baixo. Mas no início do Livro dos Atos dos Apóstolos, que é lido em nossas igrejas durante todo o período da Pascha até Pentecostes, São Lucas me recorda do mandamento do Senhor para nós neste momento, de “não se afastar” de Jerusalém, “mas esperar” pel’O Prometido, o Espírito Santo.
Portanto, a história ainda não acabou; Sua obra para nós não está terminada. Que eu “não me afaste” do meu foco pré-Pascal, pois ainda se abre diante de mim um novo horizonte, a promessa do Pai… Hoje faço uma pausa para me aproximar de Sua Palavra, que agora, nestes quarenta dias, “fala das coisas do Reino de Deus” de novas maneiras, preparando-me para um novo batismo e um novo Sopro, segundo o Seu plano cuidadosamente preparado.
Versão brasileira: João Antunes
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