“Protege-me, Senhor, porque em Ti esperei. Eu disse ao Senhor: ‘Meu Senhor és Tu, porque dos meus bens necessidade não tens (ὅτι τῶν ἀγαθῶν μου οὐ χρείαν ἔχεις, яко благих моих не требуеши).’” (Salmo 15/16,1s)
Deus não seria verdadeiramente Senhor, se Ele tivesse “necessidade” de alguém ou de alguma coisa; isto é, se Ele fosse de alguma forma insuficiente, em e de Si mesmo, e dependesse dos “bens” de outros para Se manter realizado. Como Fonte do Bem, isto é, como Fonte da Vida, Ele certamente não tem “necessidade”, como dizemos no Salmo acima citado, dos “meus bens”. Mas Deus “quer” que eu abrace a verdadeira bondade, a Sua vida, mesmo que Ele não “necessite” de mim para fazer isso. Porque fora disso eu não estou verdadeiramente vivo. Apenas “caminho em meio de uma sombra de morte” (Salmo 22/23,4), sem bússola ou esperança. Como Deus é livre, e não preso por algum tipo de “necessidade” dos nossos “bens”, assim Ele nos criou livres, para escolhermos ou a Vida ou a ausência dela, que é a morte.
Hoje escolho a Vida, não porque eu tenha que escolher, mas porque eu quero escolhê-la. Esta manhã reconecto-me a Deus, Que Se oferece livremente a todos nós, “para a vida do mundo”. Graças Te dou, Deus, por me dignificares com Tua liberdade. “Não morrerei, mas viverei; e contarei as obras do Senhor!” (Salmo 117/118,17).
Versão brasileira: João Antunes
© 2020, Sr. Vassa Larin.
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Citações dos Salmos acima cf. Septuaginta, tradução ao português por Frederico Lourenço