“Tendes ouvido o que foi dito: ‘Olho por olho, dente por dente’. Eu, porém, vos digo: não resistais ao mau (μὴ ἀντιστῆναι τῷ πονηρῷ). Se alguém te ferir a face direita, oferece-lhe também a outra.” (Mateus 5,38s)
Caramba! Que passagem difícil! Mas notemos o que o Senhor nos proíbe de fazer aqui, e o que Ele não nos proíbe de fazer.
Ele nos está proibindo, num confronto privado com um humano “que faz o mal”, de “resistir/retaliar” (contra) este ser humano, ao “fazer o mesmo mal” nós próprios, porque Ele quer nos proteger, quando somos vítimas, de nos transformarmos em nossos opressores. Mas Ele não nos proíbe de procurar reparar “o mal” destrutivo por meio de “boas ações” construtivas, por exemplo, ao sermos “prudentes como serpentes e simples como pombas” (Mateus 10,16). Isto pode incluir o uso de reparações, de boas palavras e/ou do apelo à justiça para as autoridades civis legítimas, designadas por Deus. Nosso Senhor mesmo, quando Ele foi esbofeteado em Seu julgamento perante o Sumo Sacerdote, usou palavras divinamente sensatas, dizendo ao sujeito que O tinha esbofeteado: “Se falei mal, prova-o, mas se falei bem, por que me bates?” (João 18,23). Note também que São Paulo se defendeu com veemência e repetidamente perante as autoridades civis (Atos dos Apóstolos 24-26).
Hoje que não me junte aos que fazem o mal, tornando-me eu mesmo um igual, se for confrontado com alguém fazendo o mal contra mim. Que eu me mantenha mais próximo de Deus e de Sua sabedoria, e que Ele aja conforme o Seu caminho, — o Seu caminho vivificante carregando a cruz, que prepara o caminho através e além dos meus confrontos com qualquer pessoa aflita com o fardo de fazer o mal, como por vezes eu sou. Senhor, “perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos aos que nos tem ofendido”, e “livrai-nos do mal”. Amén!
Versão brasileira: João Antunes
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