DEUS NOS AMA INCONDICIONALMENTE

Se Deus é por nós, quem será contra nós? Aquele que não poupou seu próprio Filho, mas que por todos nós o entregou, como não nos dará também com ele todas as coisas? Quem poderia acusar os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem os condenará? Cristo Jesus, que morreu, ou melhor, que ressuscitou, que está à mão direita de Deus, é quem intercede por nós! Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação? A angústia? A perseguição? A fome? A nudez? O perigo? A espada? Realmente, está escrito: ‘Por amor de ti somos entregues à morte o dia inteiro; somos tratados como gado destinado ao matadouro’. Mas, em todas essas coisas, somos mais que vencedores pela virtude daquele que nos amou. Pois estou persuadido de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem o presente, nem o futuro, nem as potestades, nem as alturas, nem os abismos, nem outra qualquer criatura nos poderá apartar do amor que Deus nos testemunha em Cristo Jesus, nosso Senhor.” (Romanos 8,31b-35)

É difícil, para muitos de nós, aceitar estas palavras sem dizer: “Sim, MAS…”. Tendemos a não aceitar o amor incondicional de Deus por nós, apesar disso já ter sido demonstrado, e comprovado, através do envio de Seu Filho para morrer por nós, tendo tomado sobre Si todas as nossas trevas e pecado, “quando éramos ainda pecadores” (Romanos 5,8). Muitas vezes, nós mesmos não nos amamos o suficiente, para acreditarmos que este tipo de amor incondicional e divino por nós, “ainda pecadores”, é realmente possível. Como observou Thomas Merton, “A razão pela qual muitas pessoas não acreditam em Deus é porque não acreditam que mesmo um deus possa amá-las”. Tendemos a pensar, “se” ou “quando” faço isto ou aquilo, – como, quando começo a rezar o suficiente, e jejuo o suficiente, e ajo de determinada forma, – então, talvez, Deus me ame e me ouça.

Mas que eu não projete as limitações do nosso próprio “amor” humano, com suas exigências e frustrações muitas vezes absurdas, sobre Deus. “Somos mais que vencedores”, recorda-me o apóstolo, em toda essa questão do amor, não através de nossa própria e limitada capacidade de amar, mas “pela virtude d’Aquele que nos amou”. Que eu não lute contra o amor de Deus por mim hoje, não importa como e onde quer que eu esteja, enquanto me reconecto com Ele em oração sincera, e passo a amar-me a mim e ao próximo humildemente, exatamente como somos, como Ele faz. Em termos práticos, isto significa deixar de lado as exigências e expectativas absurdas e irracionais com relação a mim e ao próximo, fazendo a próxima coisa certa, de forma simples e leve. E que eu me permita “mais que vencer”, n’Ele, tudo o que me bloqueia da simplicidade e clareza do amor.

Versão brasileira: João Antunes

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