“Que vos parece? Um homem tinha dois filhos. Dirigindo-se ao primeiro, disse-lhe: ‘Meu filho, vai trabalhar hoje na vinha’. Respondeu ele: ‘Não quero’. Mas, em seguida, tocado de arrependimento, foi. Dirigindo-se depois ao outro, disse-lhe a mesma coisa. O filho respondeu: ‘Sim, pai!’. Mas não foi. Qual dos dois fez a vontade do pai? ‘O primeiro’ – responderam-lhe [os príncipes dos sacerdotes e os anciãos]. E Jesus disse-lhes: ‘Em verdade vos digo: os publicanos e as meretrizes vos precedem no Reino de Deus! João veio a vós no caminho da justiça e não crestes nele. Os publicanos, porém, e as prostitutas creram nele. E vós, vendo isso, nem fostes tocados de arrependimento para crerdes nele’.” (Mateus 21,28-32)
Como é que os publicanos e as prostitutas “foram trabalhar” na “vinha” do Senhor, depois de acreditarem em João Batista? Não foi falando sobre isso, ou pregando, tanto quanto sabemos. Foi pelo “arrependimento” ou “mudança” de foco de suas mentes e corações, que eram o “vinha” do Senhor. Enquanto isso, os “faladores” e pregadores do povo, os príncipes dos sacerdotes e anciãos, aos quais Cristo está falando aqui (cf. Mateus 21,23), continuavam falando como falavam, e pregando à sua maneira, surdos à voz de Deus no meio deles.
Que, hoje, eu fique menos preocupado com o “falar”, e mais preocupado com o “caminhar”, refocando, primeiro, na voz de Deus em meu coração. Que eu aceite com gratidão meu lugar, entre aqueles de nós que são publicanos e prostitutas, que “precedem no Reino de Deus” aqueles de nós que apenas soam ou parecem estar indo para lá. “Lembrai-Vos de mim, Senhor”, rezo silenciosamente em meu coração hoje, “quando entrardes no Vosso reino”.
Versão brasileira: João Antunes
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