“Eles lho trouxeram [o filho de um homem dentre a multidão]. Assim que o menino avistou Jesus, o espírito o agitou fortemente. Caiu por terra e revolvia-se espumando. Jesus perguntou ao pai: ‘Há quanto tempo lhe acontece isto?’. ‘Desde a infância.’ – respondeu-lhe – ‘E o tem lançado muitas vezes ao fogo e à água, para o matar. Se tu, porém, podes alguma coisa, ajuda-nos, compadece-te de nós!’ Disse-lhe Jesus: ‘Se podes alguma coisa!… Tudo é possível ao que crê’. Imediatamente exclamou o pai do menino: ‘Creio! Vem em socorro à minha falta de fé!’.” (Marcos 9,20-24)
O pai do menino realmente crê. E, no entanto, não tem a certeza se o Senhor “pode [fazer] alguma coisa”. Ele diz, de forma muito desesperada, quase sem esperança, a Jesus, “…se podes [fazer] alguma coisa, ajuda-nos, compadece-te de nós”.
Assim é por vezes, com a fé. Eu creio, claro que creio. Geralmente. Como a maioria das pessoas que conheço, fui educado na fé, daí “creio”. Mas — se Deus “pode [fazer] alguma coisa”, ou não, no meu aqui e agora é uma questão diferente. Há esta “falta de fé” profunda, alimentada por anos de recusar a Deus um lugar central na minha vida cotidiana, que duvida que “tudo é possível” n’Ele e com Ele.
É ao deixar Deus entrar no meu hoje, que recebo “ajuda” para a minha falta de fé. Não apenas aos domingos. Que eu não me prive de Sua orientação nesta terça-feira, entregando as minhas limitações às Suas ilimitadas possibilidades. Mas Ele não força Sua entrada na minha vida. “Se podes…”, Ele gentilmente me diz hoje, — Se Me deixares entrar, então “tudo é possível”.
Versão brasileira: João Antunes
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