PREFERINDO “CÉSAR” EM VEZ DE CRISTO

Era a Preparação para a Páscoa, cerca da hora sexta. Pilatos disse aos judeus: ‘Eis o vosso rei!’. Mas eles clamavam: ‘Fora com ele! Fora com ele! Crucifica-o!’. Pilatos perguntou-lhes: ‘Hei de crucificar o vosso rei?’. Os sumos sacerdotes responderam: ‘Não temos outro rei senão César!’. Entregou-o então a eles para que fosse crucificado. Levaram então consigo Jesus. Ele próprio carregava a sua cruz para fora da cidade, em direção ao lugar chamado Calvário, em hebraico Gólgota. Ali o crucificaram, e com ele outros dois, um de cada lado, e Jesus no meio. Pilatos redigiu também uma inscrição e a fixou por cima da cruz. Nela estava escrito: ‘Jesus de Nazaré, rei dos judeus’.” (João 19,14-19)

… Mas a verdade era que “César” nunca havia sido nosso “rei”. Aqui estava o Rei dos Reis, diante de nós silenciosamente, como um cordeiro sendo levado ao matadouro, e nós não podíamos suportar sua visão: “Fora com ele, fora com ele…”, gritamos nós. Não podíamos “identificar-nos” com o tipo de realeza e reino de Cristo, que nos trazia nova vida, não por meio de vitórias políticas ou militares sobre os outros, mas através da Auto-doação, percorrendo voluntariamente o caminho da Cruz. Este caminho nada oferecia para a política de identidade de nossos sumos sacerdotes, pelo que preferiam identificar-se com César; com todos os seus exércitos e cavalos e conquistas ruidosas.

Hoje, enquanto aqueles que seguem o Calendário Juliano Revisado [Calendário Gregoriano] celebram a grande festa da Exaltação da Santa Cruz, e aqueles que seguem o Calendário Juliano Tradicional — o Ano Novo Eclesiástico, que eu preste muita atenção ao meu coração, se não estou identificando-me mais com “César” e todo o seu ruído, do que com Cristo e Seu poder silencioso de carregar a cruz. “Diante da tua Cruz, ó Mestre, nos prostramos e glorificamos a tua santa Ressurreição”.

Versão brasileira: João Antunes

© 2020, Sr. Vassa Larin
www.coffeewithsistervassa.com