“Sacerdote: Elevemos nossos corações ao alto. (Ἄνω σχῶμεν τὰς καρδίας. Горé имеим сердца.)
Povo/Coral: Nós os temos [elevados] para o Senhor. (Ἔχομεν πρὸς τὸν Κύριον. Имамы ко Господу.)“ (Oração Eucarística, Divina Liturgia)
A Oração Eucarística não é apenas um texto, lido (principalmente) por nosso padre. É também uma ação e um acontecimento, “executados” pela plenitude da Igreja, todos nós, enquanto nos reunimos a convite do Anfitrião deste evento, nosso Senhor Jesus Cristo. E o “lugar” onde nos encontramos com nosso Anfitrião, se nos preparamos e nos apresentamos para este evento, é no “alto”, na Presença de Deus. Este é um “alto” que se torna acessível para nós, em nosso aqui e agora (aqui embaixo), à medida que nos “temos” elevado para a comunhão com o Deus-Homem Jesus Cristo. Foi Ele Que elevou nossa humanidade ao próprio Trono de Deus, tendo sentado à direita de Seu Pai, — e, no entanto, permanece em nosso meio, — pela graça de Seu sempre generoso, que sempre desce em nosso mundo, Espírito Santo.
Para nós, cada oração, não apenas a Oração Eucarística, é um elevar-se à Unidade de Deus, longe da fragmentação do ser meramente humano, com os seus, muitas vezes contraditórios, cuidados, ambições, julgamentos, temores, e outras coisas sem Deus que nos arrastam para baixo e paralisam o nosso crescimento. Para Deus, é um descer, para encontrar-nos em nosso aqui e agora, no sacramental “alto” trazido para “baixo” para o nosso mundo por Seu Filho, e repetidamente tornado acessível para nós pela generosa Autodoação de Seu Espírito Santo. Portanto, que eu me prepare e me apresente hoje para a oração, também fora da igreja, deixando que o meu coração seja “elevado” e liberto, pela graça de Deus, do reino limitador e solitário do meramente humano.
Versão brasileira: João Antunes
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