BEM-AVENTURADOS PELA REJEIÇÃO

Bem-aventurados sereis quando os homens vos odiarem, vos expulsarem, vos ultrajarem, e quando repelirem o vosso nome como infame por causa do Filho do Homem (ἕνεκα τοῦ υἱοῦ τοῦ ἀνθρώπου)! Alegrai-vos naquele dia e exultai, porque grande é o vosso galardão no céu. Era assim que os pais deles tratavam os profetas.” (Lucas 6,22s)

Como podemos saber quando somos “odiados” ou “expulsos” ou rejeitados de alguma forma, especificamente “por causa do Filho do Homem”, e não por qualquer outra razão? Sabemos que isto acontece “por causa do Filho do Homem” quando somos rejeitados especificamente por sermos nós mesmos, de acordo com a nossa “vocação”; quero dizer, de acordo com a nossa resposta ao chamado de Cristo para nós pessoalmente, para sermos e agirmos e servirmos de acordo com o nosso carácter, a nossa fé, o nosso passado, e todos os nossos outros dons e desafios dados por Deus.

A rejeição, sempre dolorosa, nem sempre vem na forma que o nosso Senhor descreve aqui. Podemos experimentá-la sob a forma de “amor não correspondido”, de uma pessoa ou pessoas que, tendo vindo a conhecer-nos, como nós mesmos somos, nos dão um “polegar para baixo”. Somos “excluídos” do amor e da companhia desta pessoa ou pessoas, efetivamente porque somos quem somos, e como somos. Isto é doloroso, mas como o nosso Senhor nos diz, é uma “bem-aventurança”. Por quê? Porque, se eu discernir o assunto à luz da minha “vocação”, em vez de tentar mudá-la, distorcendo-me de forma a agradar as pessoas e tentando ser mais aceitável/agradável para aquele(s) que me rejeita(m), cresço para abraçar mais o “eu” que Deus me chama a ser. Torno-me mais quem eu sou, n’Ele.

Senhor, posso não “exaltar”, neste momento, quando sou rejeitado, mas ajuda-me a manter-me focado em Teu chamado para mim, em grata aceitação do “eu” que Tu me deste, para que eu possa ser “bem-aventurado”, mesmo quando sou “excluído” pela opinião humana.

Versão brasileira: João Antunes

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