“No dia seguinte, dirigiu-se Jesus a uma cidade chamada Naim. Iam com ele diversos discípulos e muito povo. Ao chegar perto da porta da cidade, eis que levavam um defunto a ser sepultado, filho único de uma viúva; acompanhava-a muita gente da cidade. Vendo-a o Senhor, movido de compaixão para com ela, disse-lhe: ‘Não chores!’. E, aproximando-se, tocou no esquife, e os que o levavam pararam. Disse Jesus: ‘Moço, eu te ordeno, levanta-te’. Sentou-se o que estivera morto e começou a falar, e Jesus entregou-o à sua mãe.” (Lucas 7,11-15)
Eis o que esta passagem me traz à mente: Lágrimas que trazem vida, em oposição a lágrimas que trazem morte, lágrimas em auto-isolamento, nas quais tendemos a “afogar-nos”. A viúva de Naim chora não em auto-isolamento, mas em comunidade, e perante o Senhor (presumo que ela esteja chorando, porque Ele diz: “Não chores”), e Ele tem “compaixão para com ela”, e ressuscita dos mortos o seu filho.
Minhas lágrimas, derramadas perante o Senhor, não trazem de volta à vida meus queridos entes falecidos, desta forma dramática. Mas descubro que elas me trazem de volta à vida, do buraco escuro que é a dor em auto-isolamento, quando saio e me permito chorar perante Ele e o restante dos vivos, em comunidade. O meu Senhor vivo e vivificante, juntamente com os demais em meu meio, são a minha corda de salvação, se eu me permitir sentir luto entre os vivos. “Não hei de morrer; viverei para narrar as obras do Senhor” (Salmo 117/118,17).
Versão brasileira: João Antunes
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