“Um fariseu convidou Jesus a ir comer com ele. Jesus entrou na casa dele e pôs-se à mesa. Uma mulher pecadora da cidade, quando soube que estava à mesa em casa do fariseu, trouxe um vaso de alabastro cheio de perfume; e, estando a seus pés, por detrás dele, começou a chorar. Pouco depois, suas lágrimas banhavam os pés do Senhor e ela os enxugava com os cabelos, beijava-os e os ungia com o perfume. Ao presenciar isso, o fariseu, que o tinha convidado, dizia consigo mesmo: ‘Se este homem fosse profeta, bem saberia quem e qual é a mulher que o toca, pois é pecadora’.” (Lucas 7,36-39)
Este fariseu é considerado um homem “justo” pelos padrões de seu mundo, embora não seja chamado “justo” na narrativa do Evangelho. Ele considera inaceitável, que este “tipo de mulher” esteja tão próximo de um “profeta”; de um homem chamado por Deus. O fariseu esperava antes que Jesus se afastasse do seu toque; que a proibisse de estar perto d’Ele, e que fizesse isso publicamente.
Mas estou pensando que um homem verdadeiramente “justo”, segundo o Evangelho, teria uma reação ligeiramente diferente com relação a uma mulher “pecadora”. E estou pensando, especificamente, na reação do “justo” José, quando reparou que a “virgem” desposada por ele, Maria, estava grávida. “José, seu esposo, que era homem de bem”, lemos em Mateus 1,19, “não querendo difamá-la, resolveu rejeitá-la secretamente”. Há compaixão e discrição na reação deste homem verdadeiramente “justo”, ao que parecia ser uma mulher “pecadora”.
Hoje que eu tenha compaixão e discrição, quando se trata dos “pecados” dos outros. Porque eu aprecio isso, quando se trata dos meus próprios pecados. Senhor, graças Te dou pela Tua compaixão e discrição, pois deixas-me aproximar-me de Ti e tocar-Te, independentemente do “tipo de pessoa” que eu sou.
Versão brasileira: João Antunes
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