“Mortos pelos vossos pecados e pela incircuncisão da vossa carne, chamou-vos novamente à vida em companhia com ele. É ele que nos perdoou todos os pecados, cancelando o documento escrito contra nós, cujas prescrições nos condenavam (ὑπεναντίον ἡμῖν). Aboliu-o definitivamente (ἦρκεν ἐκ τοῦ μέσου), ao encravá-lo na cruz. Espoliou os principados e potestades, e os expôs ao ridículo, triunfando deles pela cruz. Ninguém, pois, vos critique por causa de comida ou bebida, ou espécies de festas ou de luas novas ou de sábados. Tudo isso não é mais que sombra do que devia vir. A realidade é Cristo (τὸ δὲ σῶμα τοῦ Χριστοῦ).” (Colossenses 2,13-17)
A “realidade” da Lei do Antigo Testamento, ou seja, todo o seu ponto de vista, foi encarnada na Pessoa Humano-Divina de Jesus Cristo. É por isso que já não somos obrigados a cumprir as “prescrições” externas do Antigo Testamento, como o do mandamento do Sábado. A “antiga” Aliança entre Deus e o Seu povo, expresso em nós pelo cumprimento das “prescrições” da Lei, foi substituído pelo estabelecimento, pelo Seu Filho, da Nova Aliança “do Seu sangue” (cf. Mateus 26,28), do Deus-Homem encarnado, da qual participamos, em vez de cumprirmos, “com Ele”.
Nós “participamos” nesta Aliança, em comunhão com Ele, sendo “chamados novamente à vida em companhia com ele”. Porque Ele se tornou um de nós, em Sua encarnação somos convidados a tornar-nos um dos Seus, e a mudar o foco, de seguir regras, para O seguir. Aqui temos Alguém “que é maior que o templo” (Mateus 12,6), e “Senhor do Sábado” (cf. Mateus 12,8), que já cumpriu todas as “prescrições” concebíveis, e venceu todo o nosso ficar aquém, em Si mesmo.
No Espírito de Cristo, somos convidados a focar-nos principalmente na comunhão com Ele, e no tipo de “sábado” ou “repouso” que Ele nos traz, e também no nosso comportamento externo, com Ele e n’Ele, — não só aos sábados, mas todos os dias: “Vinde a mim”, diz-nos Cristo, “vós todos que estais aflitos sob o fardo, e eu vos aliviarei. Tomai meu jugo sobre vós e recebei minha doutrina, porque eu sou manso e humilde de coração e achareis o repouso para as vossas almas” (Mateus 11,28s).
Versão brasileira: João Antunes
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