VINDE E VEDE, NO JEJUM DA NATIVIDADE

No dia seguinte, estava lá João outra vez com dois dos seus discípulos. E, avistando Jesus que ia passando, disse: ‘Eis o Cordeiro de Deus’. Os dois discípulos ouviram-no falar e seguiram Jesus. Voltando-se Jesus e vendo que o seguiam, perguntou-lhes: ‘Que procurais?’. Disseram-lhe: ‘Rabi (que quer dizer Mestre), onde moras?’. – ‘Vinde e vede’ – respondeu-lhes ele. Foram aonde ele morava e ficaram com ele aquele dia. Era cerca da hora décima. André, irmão de Simão Pedro, era um dos dois que tinham ouvido João e que o tinham seguido. Foi ele então logo à procura de seu irmão e disse-lhe: ‘Achamos o Messias (que quer dizer o Cristo)’. Levou-o a Jesus, e Jesus, fixando nele o olhar, disse: ‘Tu és Simão, filho de João; serás chamado Cefas (que quer dizer pedra)’.” (João 1,35-42)

No dia anterior, João Batista já se tinha referido a Cristo como “o Cordeiro de Deus”, e também como “o Filho de Deus” (João 1,29.34). Mas é no dia seguinte, quando João chama novamente a Cristo de “o Cordeiro de Deus”, que dois dos seus discípulos, um dos quais é Santo André, celebrado hoje (no Calendário Juliano Revisado), decidem seguir Cristo. Não sei porque não O seguiram no dia anterior; talvez precisassem de mais convencimento. Mas mesmo depois de seguirem Jesus, continuam procurando mais informação sobre Ele, especificamente, “aonde Ele morava”. E depois de “virem e verem” a “morada” do Senhor, eles próprios tornam-se testemunhas de Sua messianidade.

Assim sou chamado, uma e outra vez, a encontrar Cristo, o Filho de Deus encarnado e Aquele enviado, como Cordeiro de Deus, “para tirar” o meu “pecado” (o meu “amartia” em grego, que significa o meu “errar o alvo”). E agora, através da jornada do Jejum da Natividade, estou uma vez mais sendo preparado para um encontro especial com Ele, para “vir e ver” uma de Suas moradas, numa manjedoura em Belém. Primeiro, ouço o testemunho de outros, como João, nas leituras das Escrituras que nos são oferecidas ao longo deste tempo no Calendário Litúrgico. E gradualmente vou sendo afastado das minhas ambições e distrações habituais, nas quais costumo perder meu foco em Deus e “errar o alvo”, quando me permito ser conduzido, como um cordeiro do Cordeiro, para “vir e ver” a Ele nascido numa manjedoura. Por isso, que eu seja guiado hoje, para a visão e o encontro que se abrem para mim na festa da Natividade de Cristo que se aproxima. “Eis”, me é dito hoje, “o Cordeiro de Deus!”.

Versão brasileira: João Antunes

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