“Cantarei a misericórdia e o juízo: a ti, Senhor… (Ἔλεος καὶ κρίσιν ᾷσομαί σοι, Κύριε. / Милость и суд воспою Тебе, Господи.)” (Salmo 100/101,1)
Nosso Deus é ao mesmo tempo misericordioso e justo. E o Caminho de carregar a cruz no, e através do, qual Ele nos conduz envolve o exercício não só da misericórdia, mas também da justiça. Esta última parece quase contra-cultural em nosso tempo, quando parecemos estar coletivamente “cantando” a um deus diferente, que exige de nós apenas que “sejamos cordiais”.
Mas às vezes preciso “não ser cordial”, (ou conforme observo nossa primeira neve aqui em Viena, “não ser um floco de neve*”), tanto no que diz respeito a qualquer comportamento pouco saudável meu, quanto dos demais. Tal como Nosso Senhor Jesus Cristo “não foi cordial” para com aqueles que compravam e vendiam na “casa” de Seu Pai e os expulsou (João 2,15), por vezes preciso ser duro e expulsar de minha “casa” quaisquer comportamentos, mentalidades, e mesmo relações, pouco saudáveis em vez de cair na vitimização. Nosso Deus é um Deus que me dignifica, não só com Sua abundante misericórdia e com-paixão pelas minhas dificuldades, mas também com Sua justiça; responsabilizando-me por minha tomada de decisões responsáveis. Portanto, neste Jejum da Natividade, que eu seja duro e continue a “limpar a casa”, como discípulo da disciplina vivificante que resplandece de Belém.
Versão brasileira: João Antunes
© 2020, Sr. Vassa Larin
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* Floco de Neve é uma expressão pejorativa usada para caracterizar pessoas de certa geração que são mais propensas a se ofenderem e menos resistentes do que as gerações anteriores, ou como sendo emocionalmente muito vulneráveis para lidar com pontos de vista discordantes dos seus.