UM NATAL INCOMUM EM 2020

Naqueles tempos, apareceu um decreto de César Augusto, ordenando o recenseamento de toda a terra. Esse recenseamento foi feito antes do governo de Quirino, na Síria. Todos iam alistar-se, cada um na sua cidade. Também José subiu da Galileia, da cidade de Nazaré, à Judeia, à Cidade de Davi, chamada Belém, porque era da casa e família de Davi, para se alistar com a sua esposa, Maria, que estava grávida. Estando eles ali, completaram-se os dias dela. E deu à luz seu filho primogênito, e, envolvendo-o em faixas, reclinou-o num presépio; porque não havia lugar para eles na hospedaria.” (Lucas 2,1-7)

O que pensava a Santíssima Virgem, ao longo desta difícil viagem de uma semana de Nazaré a Belém, sentada numa mula quando estava grávida de nove meses? E o que pensava a Mãe de Deus, à chegada em Belém, quando lá “não havia lugar para eles”? Ela pode ter pensado algo do gênero: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?” (cf. Mateus 27,46).

Nestes dias que antecedem à grande festa da Natividade, nas circunstâncias incomuns de uma pandemia global, que eu não perca de vista a grande cruz tomada pela Bendita entre as Mulheres, em sua vocação única e inteiramente “não”-tradicional e serviço de doação “para a vida do mundo”. Seu papel sem precedentes neste período de transição da História da Salvação não tinha roteiro; não havia um manual sobre o que esperar ou o que fazer neste papel. Ela apenas tinha de enfrenta-lo, com fé. Graças te dou, Santíssima Mãe de Deus, por guiar e inspirar muitos de nós hoje nas vocações “não”-tradicionais deste ano incomum. “Vós que sois verdadeiramente a Mãe de Deus, nós vos exaltamos!”.

Versão brasileira: João Antunes

© 2020, Sr. Vassa Larin
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