“Disse também Deus: ‘Haja luzeiros no firmamento do céu, que façam separação entre o dia e a noite; sejam eles para sinais, e para tempos determinados, e para dias e anos; e sejam para luzeiros no firmamento do céu a fim de alumiar a terra’; e assim se fez. Fez Deus os dois grandes luzeiros: o luzeiro maior para presidir ao dia, e o luzeiro menor para presidir a noite; fez também as estrelas. Deus os colocou no firmamento do céu para alumiar a terra, para presidir ao dia e a noite e para fazer separação entre a luz e as trevas; e viu Deus que isso era bom. Houve tarde e houve manhã, dia quarto.” (Gênesis 1,14-19)
Esta é uma das leituras para hoje, o segundo dia da Quaresma. Ela redireciona-me, tal como o restante da Quaresma, para as “noções básicas” da minha fé, que tenho tendência a considerar como algo garantido. Hoje, sou recordado do fato básico, ainda que inspirador, de que Deus criou a mutabilidade e a mudança. E Ele chamou isso de “bom”.
É bom para mim que eu experimente sempre a transição física e a mudança, dados por Deus, que estão fora do meu controle, — da noite para o dia, da manhã para a tarde, de um mês para o outro, do Inverno para a Primavera, da juventude para a idade adulta, e assim por diante. Porque a monotonia total no nosso mundo físico seria como uma cela de prisão sem janelas.
Mas Deus também me dá a capacidade de mudar nas formas que posso escolher, de acordo com o meu livre arbítrio. Posso entrar na Sua luz e crescer n’Ele, ou posso isolar-me e ficar nas sombras, fazendo o que quer que seja que eu queira fazer ali, por mim mesmo. Mas o grande fato, libertador, é que não tenho de fazer isso. Há luz, e hoje posso entrar nela, por meio de alguma oração sincera e a contemplação da Sua palavra. Porque “a luz resplandece nas trevas”, também nas minhas trevas hoje, “e contra ela as trevas não prevaleceram” (João 1,5).
Versão brasileira: João Antunes
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