“Como são amáveis as Tua tendas, Senhor das hostes! A minha alma deseja e desfalece pelas cortes do Senhor; o meu coração e a minha carne alegraram-se no Deus Vivo. Pois também um pardal encontrou para si morada; e uma rola encontrou para si um ninho, onde porá as crias dela: Os Teus altares, Senhor das hostes, ó meu rei e meu Deus! Bem-aventurados os que moram na Tua morada. Nos séculos dos séculos Te louvarão.” (Salmos 83,1-5 — cf. Septuaginta, tradução ao Português por Frederico Lourenço)
O Salmo 83 é o primeiro dos três salmos cantados no ofício final do ciclo diário, a Hora Nona. É normalmente entoado nos mosteiros no final do dia de trabalho, no início da noite e mesmo antes das Vésperas, que inicia o ciclo litúrgico do dia seguinte (porque o “dia” litúrgico começa à noite). Como se pode ver na passagem acima citada, o Salmo 83 pode ajudar-nos, no final de um dia de trabalho, a “voltar para casa” para as “moradas” e “cortes” do Senhor das hostes.
Isto também é verdadeiro para aqueles de nós que não “voltam para casa” numa igreja todas as noites, — nem mesmo semanalmente, agora que muitas igrejas estão fechadas por causa do Coronavírus. As palavras do Salmo 83 podem ser-me úteis à medida que o meu dia chega ao fim em meio a uma Viena agora bastante tranquila, para recuperar o meu sentimento de pertença à “casa” do Senhor, e “morada” nela, em Sua presença no meu coração. Hoje, neste terceiro sábado da Quaresma, que eu carregue comigo um ou dois versículos deste Salmo, mesmo como “a minha alma deseja e desfalece pelas cortes do Senhor”, para que possa usá-lo, não obstante, para “voltar para casa” para o meu Rei e para o meu Deus no final do meu dia: “Como são amáveis as Tua tendas, Senhor das hostes! A minha alma deseja e desfalece pelas cortes do Senhor; o meu coração e a minha carne alegraram-se no Deus Vivo”.
Versão brasileira: João Antunes
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