A RESSURREIÇÃO DE LÁZARO - Café com a Irmã Vassa

“Jesus, gemendo outra vez em si mesmo, foi ao túmulo; era este uma gruta, a cuja entrada estava posta uma pedra. Jesus disse: ‘Tirai a pedra’. Disse-lhe Marta, irmã do morto: Senhor, ele já cheira mal; porque está morto há quatro dias’. Respondeu-lhe Jesus: ‘Não te disse eu que, se creres, verás a glória de Deus?’. Tiraram, então, a pedra. Jesus, levantando os olhos, disse: ‘Pai, graças te dou que me ouviste. Eu sabia que sempre me ouves, mas assim falei por causa desta multidão que me cerca, a fim de crerem que tu me enviaste’. Tendo assim falado, clamou em alta voz: ‘Lázaro, sai para fora’. Saiu aquele que estivera morto, ligados os pés e as mãos com faixas, e envolto o seu rosto em um lenço. Disse-lhes Jesus: ‘Desatai-o e deixai-o ir’.” (João 11,38-44)

A ressurreição de Lázaro é semelhante, de certa forma, à ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo. Havia “uma gruta, a cuja entrada estava posta uma pedra”, e um “homem morto saiu para fora…”. Mas no caso da ressurreição de Lázaro, o Senhor pede nossa ajuda, a ajuda da comunidade de Lázaro, dizendo-lhes para “tirar a pedra” e para “desatá-lo”. Porque todos nós, tal como Lázaro, precisamos da ajuda da nossa comunidade, a Igreja, para adotar uma nova vida n’Ele, enquanto Ele, como Fonte da Vida, não precisava da nossa ajuda para vencer a morte. Também precisamos da Sua palavra que nos capacita para “tirar a pedra” e as “faixas” uns pelos outros, que é o tipo de dúvida expressa por Marta na passagem acima, “Senhor, ele já cheira mal…”.

Ao adentrarmos juntos esta Grande Semana Santa da Sua paixão e ressurreição, que eu seja levado para dentro dela tanto pela Sua palavra vivificante, como pela minha igreja-comunidade. Ele nos capacita, pela Sua palavra e presença nos belos ofícios da próxima Grande Semana, para “tirar a pedra” e as “faixas” dos nossos corações, uns pelos outros, enquanto nos reunimos para estes ofícios, independentemente do “cheiro ruim” de longa data ou de outros obstáculos que possamos ter acumulado numa Quaresma menos perfeita.

Versão brasileira: João Antunes