“Eis que o esposo vem no meio da noite. / Feliz o servo que ele encontrar vigilante. / Aquele, porém, que encontrar imprevidente, / será considerado indigno de acompanhá-lo. / Acautela-te, pois, ó minha alma, / a fim de que não sejas entregue à morte / e fiques fora das portas do Reino. / Mas, desperta, clamando: “Santo, Santo, Santo és ó Senhor! / Pela intercessão da Mãe de Deus, tem piedade de nós!” (Tropário das “Matinas do Noivo”)
Este hino, cantado em nossas igrejas no ofício matutino dos três primeiros dias desta Grande Semana Santa da Paixão de Nosso Senhor, refere-se à Parábola das Dez Virgens (Mateus 25,1-13). Nessa conhecida parábola, há cinco virgens “prudentes”, significando aqueles de nós que estão bem preparados, com “azeite” em nossas “lâmpadas”, ou com a misericórdia e compaixão de Deus nos nossos corações, quando o nosso “Esposo”, Jesus Cristo, chega para nos convidar “para” a Sua festa. Há também cinco virgens “néscias”, que, como eu, não estão assim preparadas.
Assim, Jesus é o “Esposo” ansiado por todos nós, — da Igreja. Porque o que Ele procura com cada um de nós é a união, ou, mais especificamente, a “comunhão”. Como São Paulo diz sobre a união conjugal: “Este mistério é grande, mas eu falo em referência a Cristo e à igreja” (Efésios 5,32).
Mesmo que eu tenha sido “néscio” até agora, que eu não desanime. Que eu esteja “desperto” neste momento, abrindo o meu coração à misericórdia e compaixão de Deus, como sou chamado a fazer neste belo hino. O meu Esposo “vem” no final desta semana “no meio da noite”, na noite da Sua gloriosa Ressurreição, quando O saudaremos, cantando: “Cristo ressuscitou dos mortos…”. Conforme preparo-me para Pascha, não dependo das minhas próprias orações ou virtudes para o meu “azeite”, mas apelo a uma Virgem mais sábia e mais compassiva do que todas as outras virgens “prudentes”, a Mãe de Deus: “Pela intercessão da Mãe de Deus, tem piedade de nós!”.
Versão brasileira: João Antunes
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