“… Ouvindo isto, os outros dez ficaram indignados com os dois irmãos. Jesus chamou-os e disse-lhes: ‘Sabeis que os chefes das nações as governam como seus senhores, e que os grandes exercem sobre elas o seu poder. Não seja assim entre vós. Pelo contrário, quem entre vós quiser fazer-se grande, seja o vosso servo; e quem no meio de vós quiser ser o primeiro, seja vosso servo. Também o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida para resgatar a multidão’.” (Mateus 20,26ss)
Os dez discípulos estão “indignados” com Tiago e João, — mas pelas razões erradas. Não é porque a mãe deles apenas pediu a Cristo para dar aos seus filhos posições superiores em Seu futuro reino, e este pedido é escandaloso à luz de tudo o que Cristo lhes havia ensinado sobre o Seu “caminho”, o de carregar a cruz. Os dez discípulos estão aborrecidos porque eles próprios também estavam interessados nessas posições “superiores”. Assim, mais uma vez, o nosso Senhor tenta virar as suas ambições meramente humanas de cabeça para baixo, apontando-lhes (e a todos nós) o Seu caminho, o melhor Caminho, de procurar “não ser servido, mas servir”.
Quão libertador, é “procurar” servir, em vez de ser servido, porque este último nos envolve em expectativas e desilusões inúteis. Hoje, que eu não faça perguntas inúteis, como: “Por que ele/ela ‘não’ fez isto ou aquilo, por mim, ou disse isto ou aquilo, ou respondeu da forma como o fez?”.
Hoje posso ter mais paz, pela graça de Deus, se optar por adotar o Seu caminho, o de carregar a cruz por meio da auto-doação. “Ó Mestre, fazei que eu procure mais: consolar que ser consolado; compreender que ser compreendido; amar que ser amado. Pois é dando que se recebe, é perdoando que se é perdoado, e é morrendo que se vive para a vida eterna!”. Amén!
Versão brasileira: João Antunes
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